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quarta-feira, 23 de março de 2005

Palhaço de pochete

Ainda é possível ver essa cena. E pior: fora dos departamentos de informática e empresas de análise de sistema.

Mas eu vi. E era sábado. De sol. E o cara saiu de casa, meteu uma blusinha de alça, suvacão de fora, bermudão, meia e tênis. E não se achando suficientemente ridículo, meteu uma pochete.

É. Isso mesmo. Uma pochete!!!!

Primeira regra: quem vê pochete, não vê pau. Meninos, vocês deviam saber disso.

Segunda regra: vestido assim, não pense que você pode olhar para mulheres com ares de galã.

Pois bem. Nosso palhaço da pochete nos mandou uma cerveja. Era o dono absoluto do balcão. Lembro que quando encostei lá para pegar uns pastéis, ele mandou aquele olhar dos pés a cabeça e deu aquela coçadinha no saco. Fingi que não vi. Mas sinceramente, fico pensando se ele acha isso de fato atraente para qualquer coisa que respire.

Voltei pra minha mesinha e passado um tempo o pobre garçom se aproximou do grupo e disse:

- Aquele moço mandou e tá paga - já colocando a cerveja na minha frente.

Pois a garrafa nem chegou a encostar na mesa. Quando nós olhamos, o menino pochete se empinou todo, levou a mão a testa e fez assim ... uma saudação ... com um leve sorriso ... piscou o olho.

Ok. Eu só conseguia olhar pra pochete, mas ainda deu pra ver a piscadela de olho.

- Diz pra ele que nós agradecemos, mas nossa cerveja ainda tá cheia - mandei logo.

O garçom, pobre, ficou naquele impasse. Fez que foi, não foi, mas acabou voltando.

O bruto da pochete?

Fez bico!!!

Virou de costas.

Mas depois atravessou a rua, entrou no carro, encarou e mandou lá de dentro:

- Como você se atreve a recusar a minha cerveja!

Tá boa, santa? A biba-pocheteira ficou braba. Ignorei. Aí o sem-loção se mandou.

Eu mereço?

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