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quinta-feira, 29 de junho de 2006

Espetáculo clássico
Esse é um clássico dos circos, mas sempre surpreende. O espetáculo abaixo aconteceu com uma amiga minha.

Conheci um amigo de um amigo que estava de mudança para uma cidade distante. Nos encontramos outro dia numa festa e depois de muitas indiretas ele disse que estava afim de ficar comigo. “Tá, não tô fazendo nada aqui mesmo”, pensei, e acabou rolando.

Ele foi um amorzinho. Me surpreendi porque nesse dia ele ia voltar de carona e acabou voltando de ônibus sozinho na madruga só para ficar mais um tempo comigo! Uau! Fazia tempo q eu não recebia uma demonstração dessas logo no primeiro dia! Pra completar, me ligou e ainda nos encontramos antes da minha viagem.

Durante o tempo em q estive fora ele me ligou e me mandou recadinhos pelo orkut. Quando voltei nos encontramos mais uma vez, nos divertimos bastante e, como era o ultimo dia dele na cidade, ficamos juntos até a hora dele ir para a rodoviária (ele iria de ônibus para outra cidade e de lá pegar um vôo para o seu destino final).

No dia programado para ele chegar na sua nova terra, eu mandei uma mensagem perguntando se ele já tinha chegado e se estava tudo bem, a qual ele respondeu:
"Já cheguei sim. Tá tudo bem, só falta você aqui comigo! Estou com saudades! Beijos, linda!"

Ainda nos falamos depois, mas demorou pouco tempo para eu descobrir a palhaçada. Bastou alguns dias e eu vejo que ele tinha mandado o seguinte recado para outra mulher:

"Já estou morrendo de saudade!! Acho que já é amor!!!
Nunca senti isso por nenhuma mulher!!
Eu sinto que ainda iremos ficar juntos!!
beijos!! Te Amo!!”


Detalhe: NO MESMO DIA EM QUE ELE ME MANDOU A MENSAGEM!!!!

Descobri mais tarde que ele tinha conhecido a fulana depois de mim, ou seja, no máximo três dias antes de ter mandado o recado!!!! Quem é que ama uma pessoa que conheceu há três dias??? Se existe, com certeza homem não é!

E ainda que ele estivesse “amando” uma pessoa em tão pouco tempo, mas então porque me mandou uma mensagem melosa dessas? E pior, ainda fica falando em fidelidade. Porquê? Porquê? Fala sério, como você classifica uma pessoa dessas?

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Da série “Cantadas palhaças”
No bar lotado o cara se aproxima, segura as mãos da dama em suas mãos e comenta, quase com lágrimas nos olhos:

- Suas unhas estão lindas!

Cantada palhaça merece resposta idem:

- Quer o telefone da minha manicure?

domingo, 25 de junho de 2006

Palhaço Vigilante do Peso
Essa é fresquinha. Ontem fomos Ana Paula com a irmã, a mãe e a sobrinha, Adriana, Cláudia com o filho pequeno e eu à festinha de aniversário do filho de uma amiga nossa. Depois do "parabéns", eu e L., irmã da Ana, fomos pegar uns docinhos.

Tamos lá olhando a mesa e avaliando quais valiam a pena as calorias. L. pegou alguns docinhos pra levar pras crianças e eu peguei um brigadeiro, um cajuzinho e um olho-de-sogra. Tamos comentando que a vontade era comer vários docinhos quando pára do meu lado um senhor, para não dizer um palhaço velho, de camisa verde limão e ombrinhos desnudos (isso mesmo, deixando o suvacão cabeludo à mostra). "Não come isso não que engorda". Eu não sei se não ouvi mesmo ou se não quis acreditar.

– Como?
– Tô falando pra você não comer isso porque engorda –
repetiu o safado, finalizando com uma gargalhada.

Incrédula, pisquei algumas vezes pra ver se quela visão do inferno sumia. A irmã da Ana perguntou o que tinha acontecido e eu contei. "Ah, filho da puta, cadê ele? Manda tomar no cu!", replicou ela indignada. Não deu tempo, ele tinha se escafedido. Ainda dei uma procurada no salão pra mostrar o palhaço pras outras meninas. De repente podíamos juntar o palhaço de porrada, mas ele tinha sumido mesmo.

Posso com tamanho abuso? E se eu engordar o que aquele artista circense aposentado por invalidez tem com isso? Palhaço!

sábado, 24 de junho de 2006

O espetáculo nunca tem fim!
O palhaço foi embora e vida que segue. Parece que ficou putinho por não agradar e sumiu, bloqueou no messenger e tudo, esses espetáculos infantis dos quais eles são adeptos.

Mulher generosa, que não guarda mágoas, passados alguns meses, N. já tinha esquecido o episódio. Sabe como é, né? Assim que acaba a gente só lembra da parte ruim, passado algum tempo a gente já nem lembra porquê terminou e vida que segue, dá até pra manter um relacionamento social. Memória seletiva é assim mesmo.

Eis que o bruto aparece online, facinho a R$ 1,99. O mal de N. é que ela é uma crédula, pensou "ah, vou falar com ele pra mostrar que não tem mágoa, que podemos nos falar normalmente como amigos".

– Oi!
– Oi vaca.


Chocadíssima, ela fechou a janela na mesma hora e saiu do messenger. Na mesma hora enviou um e-mail "Olha, alguém está usando seu MSN e xingando as pessoas", avisou. O bruto respondeu "Não há como isso ter acontecido".

Bom, ela aprendeu. Bloqueou e deletou o palhaço.
Último capítulo: Palhaço Canguinha
Deixei para encerrar a saga o espetáculo mais original de todos, afinal esse não tem só talento circense, tem também uma cara de pau sensacional. Quem relatou foi minha amiga N., aquela me apresentou às outras meninas e que me acompanhou no teste da colônia de feromônios. Ela é de uma família nômade, digamos assim. Cada irmão mora em um estado diferente, ela mesma não nasceu aqui no Rio. Até que é bom, pois ela sempre tem motivo pra viajar: vai visitar algum familiar.

De férias, minha amiga resolveu passar uns dias com uma irmã que mora em São Paulo. No ônibus conheceu um palhacinho que parecia legal. Paulistano, tava voltando para casa. Como ela ia ficar um tempinho por lá saíram algumas vezes e se deram muito bem.

Bom, eu não acredito em relacionamentos à distância e sou a favor da valorização da mão de obra local. Mas também não tiro o valor de um biscatinho interestadual, alguém pra passar as tarde de domingo falando sacanagem no MSN. Quem sabe não rende um pau amigo pra divertir umas férias? Passar uns dias esmerilhando em outro estado? Um lugar pra se hospedar num feriado? Dá motivo, dá motivo, compreendo a moça.

Passadas as férias, N. voltou pro Rio e continuou em contato com o palhacinho. No feriadão seguinte o bruto veio visitá-la. Erro fatal, N. hospedou o bruto. Mal chegou na casa dela ele mostrou a que veio: veio fazer palhaçada.

Chegou na cozinha e viu o bebedouro de água mineral dela. "Mas para que você compra água? Sai muito caro, por que você não compra um filtro?" Bom, ela deu uma resposta normal, do tipo "prefiro assim" e desconversou. Que merda, tinha arrumado logo um mão de vaca!

Sabe aquelas saladas vendidas no supermercado que as folhas já vêm todas lavadas dentro de um prato de isopor? Super prático e higiênico, sabe? Pois é. Não contente, quando o bruto abriu a geladeira mandou bala: "Mas por que você compra isso, é muito caro! Por que você não compra tudo na feira e lava?". Alooow! Eu te pedi dinheiro pra comprar alguma coisa? Tu vai se hospedar aqui digrátis e só tem que me comer direitinho, dá licença de eu gastar meu rico dinheirinho de moça trabalhadora como bem entender? Tá, ele merecia ouvir isso, mas ela não disse, chocada, desconversou.

Depois de mais algumas declarações bizarras ela viu que aquilo não ia rolar. "Querido, leva a mal não, mas acho melhor você ir pra casa de algum amigo seu, ok?". Não, não sei qual foi a frase exata que ela disse, mas deu o bilhete azul pro garotão.

Vem cá, tu é hóspede na casa de alguém e já chega dando pitaco? Imagina se algum dia ela namorasse o bruto? Ele ia querer mandar e desmandar na vida dela. E ainda por cima um palhaço sovina!!!! Ia querer que ela reaproveitasse papel alumínio e filme pvc!

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Capítulo 4: Palhaço Grecin 2000
Mais uma daquele palhaço que siliconou o cérebro e ficou mais sem noção. Na época que ainda namoravam tavam na praia com outros amigos batendo papo e tomando uma cervejinha gelada. Quando a viu prendendo o cabelo para entrar no mar o namorado exclamou: "Você precisa começar a pintar o cabelo, tá branco!"

A moça ficou surpresa pois ainda havia reparado em fios brancos, embora, como toda mulher, se observe ao espelho todos os dias. Talvez pelo susto da revelação inaudita dos seus supostos primeiros fios brancos, não caiu a ficha da inconveniência da divulgação pública e não solicitada.

– Cabelo branco? Não tenho não.
– Tem sim!
– Onde?
– Aqui do lado – disse o palhaço, apontando para as têmporas da namorada – eu vi um brilho aí.


Ok, respeitável público desse bizarro circo de horrores, vamos convir, é exatamente o que se espera de um namorado, não é? Mesmo a moça tendo melenas castanho avelã, que em pleno verão tendem a exibir reflexos naturais; mesmo estando na praia, sob luz intensa que torna visível qualquer nuance na coloração dos cabelos de qualquer um; mesmo estando em público, numa roda de amigos, é amigos, mesmo assim ele não se conteve, bradou que a namorada estava com cabelos brancos. Que que ele é? PALHAÇO!

Agora, dizem as más e as boas línguas, que o bruto mesmo tendo mais de 50 anos ostenta uma cabeleira* negra como a asa da graúna. Ah, tá, né? E pior, garantem línguas ainda mais ferinas e sagazes "meu pai é muito mais bonito e enxuto que ele".


* Originalmente eu havia escrito peruca, mas com cootação de deboche pois na realidade obruto não usava uma peruca postiça, apenas pintava a que Deus lhe deu. Como os leitores não estavam entendendo a piada troquei o termo para "cabeleira".

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Capítulo 3: Palhaço Siliconado
Essa foi vivida pela mesma moça que recebeu a proposta do "Palhaço pau no útero". Mais uma confirmação de que o circo não tem preconceito de idade e os espetáculos não vairam muito conforme a faixa etária do palhaço. Apreciadora confessa de homens maduros, ela que tá chegando aos 40, namorou por bastante tempo um malandro já passado dos 50.

Dia desses havia a festa de aniversário de um amigo em comum. Ela não sabia se poderia ir pois tinha feito uma cirurgia, havia retirado um nódulo do seio esquerdo. Nada grave, mas sempre tem que respeitar o pós-operatório. Tá lá, ela em casa, convalescente e toca o telefone. Era o ex querendo saber se ela iria à festa.

– Acho que não pois fiz uma cirurgia, operei o seio.
– Botou silicone!!!!
– Não, tirei um caroço.
– Ué, por que você não aproveitou para colocar silicone?

Alguém merece ouvir isso do ex-namorado? Não né? Mas ele mereceu a resposta que levou na lata.
– Até falei disso com o médico, mas ele riu, disse que de maneira alguma eu precisava de silicone, que estava ótima do jeito que Deus me fez.

quarta-feira, 21 de junho de 2006

A novela prossegue, capítulo 2: O Palhaço desditoso
Essa foi mais uma das histórias que ouvi no bar com as meninas e que tinha prometido contar como novelinha. Sorry, amigos, é que tive uns dias de bode sem vontade de escrever, mas agora vai.

Essa foi protagonizada pela moça que atribuiu as palhaçadas por mim narradas à pouca idade dos artistas circenses. Comprovando que palhaçada não idade, a própria conrou essa reconhecendo que o protagonista devia ter uns 40 anos.

Certo dia ela tava meio atribulada e resolveu pensar na vida olhando o mar. Apesar de ter um compromisso para o almoço, para ter paz e tranquilidade foi para o fim da praia do Recreio, em um trecho bem deserto. Olhou em volta e praticamente não havia ninguém: apenas um cara sentado bem longe, provavelmente na mesma situação que ela, imaginou. Hupmf.

Sentou em sua cadeira e ficou lá, pensando e olhando as ondas, a imensidão azul do céu, sentindo os pés na areia fria. Eis que, de repente e sem ser solicitado, o bruto que tava lá longe se corporificou ao seu lado. "Oi, você não quer bater um papo com um cara chato?". Uau, mas que proposta, hein? Ela ficou olhando o bruto meio sem acreditar que aquilo estava acontecendo.

Segundo o relato da moça, o cara até que era bonitão, bem apessoado, corpo bem cuidado, cabelos chamrmosamente grisalhos e talz. Sabe como é o ditado, né? "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento". Ele foi perseverante na falta de noção. "É que éu tavo sozinho, vi você aqui sozinho e pensei que podíamos nos conhecer".

Bom, a resposta que acho que ele merecia era "É Pedro Bó, eu dirigi até aqui só pra ver se conhecia um chato. Porra, se eu tivesse querendo gente por perto teria ido pro Posto 9, não teria vindo pra cá, né?"

Não sei se o instinto profissional falou mais alto (ela é psicóloga) ou se ela é gente boa demais, mas o fato é que ao invés de mandar o malandro ir dar meia hora de bunda, ela deixou o palhaço vender seu peixe, quer dizer, apresentar seu espetáculo. Em poucos minutos de conversa ele desfiou um rosário de desgraças que ela nunca ouvido nem dos pacientes que freqüentam seu divã. Confessou que era soropositivo, tinha hepatite B e C, tinha sido largado pela mulher, tinha sido aposentado devido às doenças, tava falido, com a casa caindo literalmente caindo aos pedaços e praticamente não tinha dinheiro nem para comer.

– Olha tá na hora de eu ir embora, meus amigos estão me esperando para almoçar. Eu te aconselho procurar um profissional, um psicólogo ou terapeuta que vai estar sendo pago pra te ouvir. Querido, com essa abordagem, assim logo de cara, você assusta as pessoas!

Generosa ela, não?

terça-feira, 20 de junho de 2006

Rapidinha!!!

Um amigo me contou essa:

"olha essa: meu irmão estava no elevador e elogiou a beleza do casal de filhos pequenos de um vizinho do prédio.

O malandro me saca essa:

- Quando eles crescerem, vou ganhar dinheiro: ela vai posar nua na Sexy e ele na G Magazine.

Pára o mundo que eu quero descer!!!!!!!!

domingo, 18 de junho de 2006

Palhaço de Dia dos Namorados
Outro dia discutindo as palhaçadas com umas amigas e uma delas disse que eu encontrava tantos palhaços porque tenho predileção por homens mais novos. Argumentei que é mais fácil aturar um espetáculo circense de um jovem palhacinho do que de um rodado, afinal o segundo já devia ter aprendido como se comportar. Bom, além do que homem é tudo palhaço, não importa a idade. Prova disso foi o diálogo que presenciei no Dia dos Namorados.

Tava eu no metrô, acomodada naqueles bancos do fim do vagão que ficam de frente um para o outro. Casal de meia idade sentado no lado oposto conversa e escreve, parece que fazem uma lista de compras. O papel está apoiado sobre uma bíblia e é a mulher quem escreve.

– Ah, eu ainda sou sua namorada, não sou?
– Claro –
responde o coroa meio rindo.
– Então o que você vai me dar de presente?
– Você não viu o presente que deixei pra você em cima do fogão?
– Não, você deixou um presente para mim? o que é?
– Um vidro de chumbinho. O cara tava vendendo na feira e comprei –
disse o velho pândego, com um sorrisinho maroto tipo "te sacaneei na frente de todo mundo".
– Ah, então deixou no lugar certo, na hora que eu for colocar teu prato boto na sua
comida –
retrucou a mulher sem se abalar. O palhaço passado mudou de assunto.

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Novela no Circo
Como tava de plantão de manhã no fim de semana, sexta passada fui só tomar um chope com minha amiga N.M. (não é a Nara, essa se identifica), a mesma guerreira que foi comigo testar a colônia de feromônios. Ela tava com mais duas amigas divertidíssimas. Claro que mais cedo ou mais tarde, o assunto descambou pras palhaçadas masculinas. Acabei não saindo o resto do fim de semana, mas a noitada de sexta rendeu tantos relatos de espetáculos variados que vou postar um por dia, uma novelinha pra vocês acompanharem.

Primeiro capítulo: Palhaço ginecologista
Acho que essa é a mais bizarras das palhaçadas. Na semana anterior elas tinham a um sambinha famoso aqui no Rio. N e C já tavam sambando quando um carinha bem bonitinho chamou F, a mais arrumadinha das três, para dançar com ele.

Já que tavam sambando juntos, ela tentou puxar papo, aquela coisa básica de "É a primeira vez que venho aqui, legal, né?" ou "Sou jornalista, e vc?".

O malandro olhou pra ela e mandou na lata da moça "olha, comigo não isso de ficar de papo, trocar telefone não, comigo é pau no úteto". Ela contou que na mesma hora sentiu uma pontada no útero. Quero não! Deve doer!

Mas que simpatia, né? Que demonstração de savoir-faire! Que rapaz inteligente, esse sabe conquistar uma mulher. Minha nossa senhora dos pentelhos grandes, ele achou que ela ia dizer "oba, então vamos machucar meu útero?". Ele achou realmente que era algo inteligente/sagaz/engraçado de se dizer?

Pau no útero? Pau no útero? Se ainda fosse na xoxota, ela poderia até querer, mas no útero? Cara, isso deve dar ferida de colo de útero, deve doer!

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Palhaço Piadista
Esse não nega que é palhaço, inclusive tenta chamar atenção já mostrando os talentos.
Noite dessas, távamos eu e mais quatro amigas tomando cerveja na porta de um bar. É um lugar badalado, fica lotado, e reza a lenda que rola mó azaração. A amiga que me indicou o local é freqüentadora e diz que é a maior concentração de homem bonito por m2 do Rio de Janeiro.

Mentir ela não mentiu, realmente a noite tava florida. Gatinhos de todos os calibres, de bermuda ou de terno, loiros ou morenos, altos ou baixos, tinha homem pra todos os gostos e faixas etárias. Só que, cinco mulheres loucas, todas jornalistas tagarelérrimas, cheias de assunto pra colocar em dia e ainda descobrimos que todas estudamos na Uerj. Bingo, né? Nos juntamos num grupelho e em vez de bsicatear só falávamos. Não lançamos olhares ou muito menos demos chance dos rapazes chegarem.

Ok, tamos lá, as cinco quase disputando a palavra no tapa, falando horrores de tudo e todos, cada uma com seu chope na mão e muitos outros já na cabeça. Atrás da gente tinha um grupo de homens, todos desinteressantes que eu já tinha manjado. De repente um deles, até que o menos feio, nos interrompe. "Com licença, posso contar uma piada?". Piada? Peraí, nêgo, piada é você, né? Nisso eu já caí no riso. Kelly fazia cara de incredulidade, Fernanda e Patrícia cara de poucos amigos e Carla ria também. "Não desperdiça o riso agora não, deixa pra rir depois que eu contar!". Fechei a cara, era isso que ele queria?

– Qual o único casal de animais que Noé não levou na arca? hein?
– Fala por que eu não sei, sou burra – avisei.
– O cupim!
– Ah, o casal de cupins, claro. A arca era de madeira – diz Carla, com ironia.
– Isso, você entendeu!


Todas ficamos olhando para o palhaço com cara de incredulidade. "Tá, a piada não era tão boa, o problema é o QI de vocês", completou o bruto e voltou para os amigos. Olha, o mundo é estranho.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Chefe-palhaço
O caso que vou relatar aconteceu com uma conhecida minha e é verídico. Jornalista, ela trabalhava há cinco anos numa grande revista de circulação nacional e ocupava o cargo de editora quando resolveu engravidar. Durante os nove meses, levou sua vida profissional com a mesma dedicação de sempre, até que o bebê nasceu e ela tirou sua licença-maternidade.

Na volta, o palhaço-chefe (praticamente uma redundância), chamou-a à sala dele. Sem fazer rodeios, ele simplesmente anunciou: "comece a mandar seu currículo, porque você está fora". Atônita, minha amiga voltou para a redação sem saber o que fazer. O tempo foi passando e ela não mandou os currículos achando que a situação poderia se reverter. Neste período, ela era escalada para todos os plantões sob o seguinte argumento que o palhaço vociferava aos outros colegas: "Fulana pode trabalhar, afinal ela tirou quatro meses de férias!"

Até que passados alguns meses, o crápula a convocou novamente à sala dele para cumprir a ameaça que fizera: "Você está fora", simplesmente decretou.

Quando ela me contou esta história, perguntei por que ela não denunciou o palhaço ao sindicato. Minha amiga respondeu que temia ficar queimada no mercado. Para ela, o fato do tal chefe ter uma filha constitui a sua vingança, porque, certamente um dia, ela também será vítima de um palhaço do mesmo calibre do pai.

Acho que o caso dispensa maiores comentários. Infelizmente, é mais uma prova de como a existência de um blog como o HTP se justifica.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Feromônios, nós testamos (de verdade)

Sexta passada foi publicada no especial Viver Melhor do Globo Online uma matéria sobre os feromônios, perfumes feitos especialmente para a conquista.

Para o teste convocamos RC, uma jornalista de 35 anos, autora de dois blogs de sucesso, que narram as desventuras da vida de solteira. A moça usou a colônia em sua última empreitada na noite carioca.

Pois é, como vocês podem imaginar, "RC, jornalista de 35 anos, autora de dois blogs de sucesso" sou euzinha. Para ler a matéria é só clicar no trecho acima. Nela há um link também para o meu depoimento. A versão completa, publico abaixo.

Mas, como era de se esperar, o resumo da ópera é que a tal colônia só atraiu palhaços: um casado, outro que biscateia enquanto a namorada está no banheiro, um daqueles clássicos que olha pra gente a noite toda e depois vai pra casa tocar punheta e, pra finalizar um, digamos assim, bobinho.

Uma amiga minha me convidou para testar uma "colônia de feromônios" para um matéria especial sobre conquista. Disse ela que os homens cairiam aos meus pés, bom, até é não é mau, né? Vamos lá. Como me presto a quase qualquer papel, topei. Na verdade ela tinha me chamado pra ir a um "Trago pessoa amada em três dias", mas como eu não sabia bem quem eu ia querer trazer em três dias, adorei a mudança de pauta. Rapazes do Rio de Janeiro, vinde a mim! Altos, baixos, loiros, morenos, bonitos ou nem tanto, amo todos!

Sexta passada tinha marcado de sair pra dançar com umas amigas, íamos a uma festa de soul. Oportunidade perfeita. No caminho para a boate peguei o "perfume" milagroso e parti pra pista. Acabei indo apenas com uma amiga, as outras desistiram. Chegamos no local cedo ainda, pista quase cheia, já havia uns gatinhos por lá. A noite prometia.

Pegamos uma caipirinha cada uma e fomos fazer o reconhecimento do ambiente. Depois de mapear as possibilidades fui ao banheiro. O troço tinha um cheiro assim, digamos, de perfume vagabundo, mas não custa tentar, né? Mandei generosas borrifadas atrás da orelha, no pescoço, nas dobras dos braços e pulsos, guardei o frasco e saí do banheiro me sentindo "a poderosa". Fui caminhando até onde minha amiga estava lançando olhares fatais para os rapazes, já imaginando todos se estapeando pela minha atenção.

Começamos a dançar. "Ui, lá vem um de tôca na minha direção, ele não pode me cheirar!" , fiquei bem quietinha pra não exalar a afrodisíaca fragância. Lá vem um gatinho, danço eu toda exuberante pra esquentar e o perfume se propagar no ambiente. Gatinho pára do nosso lado. Oba. Gatinho conversa com amigo e até dá umas olhadas. Oba! Danço mais ainda. Gatinho sorri, lindo! Gatinho dá olhadas! Gatinho bate papo com amigo e gesticula. Opa, bola fora, aliança brilha na mão esquerda, tô fora. Com todos os homens prontos para se jogar aos meus pés por que vou arrumar sarna pra me coçar, né?

Vou ao bar e fico imaginando se o rapaz tá mais atencioso. Acho que não, na semana anterior minha caipirinha tava mais caprichada. Voltamos para pista. Danço, passa outro gatinho. Alto, moreno, digamos assim, bem apessoado. Olha e sorri. Lá vamos nós de novo em nova empreitada! Não passam cinco minutos e chega uma morena alta e se pendura no pescoço dele. Ah, palhaço, biscateando enquanto a namorada estava no banheiro!

Nisso, confesso que já tava meio enjoada do cheiro forte do perfume junto com as duas caipirinhas muito doces. Chega outro gatinho, moreno, alto, belo sorriso e cabeça quase raspada, um desses que eu tô precisando lá em casa! Até olha na minha direção, mas fica batendo papo com um amigo. Pelos olhares e sorrisos que trocamos, em outra noite eu até teria chegado nele, mas nesse dia não podia. Preciso testar o perfume, eles que têm que vir a mim. Canso da troca de olhares sem atitude e vou pra pista dançar. Quem sabe ele vem também, né? Humpf, nada.

Damos mais uma circulada pelo ambiente. Perto do bar do outro lado da boate um bem bonitinho vem falar com a minha amiga. Ele quer apresentar o amigo pra ela e apresenta as credenciais do rapaz: "ele é ator de Malhação". Ah, tá. Minha amiga, mais perversa do que eu, pergunta "E o que ele quer comigo, me dar uma entrevista exclusiva?". O bonitinho quase cai pra trás quando descobre que somos jornalistas. "Sério? Você também é jornalista?", me pergunta. Tadinho, se visse nosso contra-cheque não se impressionaria tanto. Com medo das jornalistas, ele confessa, o amigo é quase figurante de Malhação. Emplaco uma conversinha-pra-boi-dormir com o brutinho. Minha amiga interrompe "Vai querer esse corpinho ou é só pra estudo?". Era só para estudo mesmo.

Resumo da noite: sei não, mas acho que a tal colônia de feromônios espanta os rapazes, isso sim. Se atraiu alguma coisa foi os olhares dos comprometidos.

domingo, 4 de junho de 2006

Palhaço curriculum vitae
Pista dessas, meio da noite, palhacinho bem bonitinho chega em mim. Perguntas de praxe e sem criatividade. Qual seu nome? Onde você mora? É a primeira vez que vem aqui? Qual sua profissão? Não sei bem por que, mas ele concluiu que tínhamos muita coisa em comum. Quer dizer, sei sim, claro que disse isso porque queria me beijar, mas além de nomes iniciados pela letra "r" e uma lata de cerveja na mão, não achei mais nada em comum entre gente, enfim. Ele era uma gracinha, mas devia falar menos, assim diminuiria a chance de falar bobagem, já tava enchendo.

– Eu sou engenheiro.
– Ah, tá –
disse eu pensando que deveria dizer "adoro comer cu de engenheiro" pra ver a cara que ele ia fazer, mas poupei a criança.
– Você não vai adivinhar com o que eu trabalho.
– Não vou mesmo, se quiser diz aí.
– Sou consultor!
– Hmmm.... –
Nem vou dizer a respostinha que pensei.
– E nem sei se deveria dizer isso, mas eu faço mestrado!
– É mesmo, é? Termino o meu esse mês –
falei com expressão de enfado.
Cara de susto e incredulidade. Acho que ele pensava que mulheres não faziam mestrado.
– Sério?! Em que?
– Comunicação Social, oras.

Né que o puto fez cara de desdém!
– Eu faço mestrado em logística! Você sabe o que é logística?
– Ah, não! Peraí. Que você queira tirar onda, tudo bem. Que queira falar merda, até tudo bem. Agora, me chamar de burra não!
– Puxa, eu devo ser muito feio, você tá me tratando tão mal.
– Feio não, você até que é bonitinho, mas esse teu papo é muito ruim!
– pensei em dizer que a camisa dele também não ajudava, mas resolvi deixar barato.
– Então eu devo ser muito chato, muito péla-saco.
Por pouco ele não ouviu "Bingo!", mas eu tava de bom humor.
– Olha, não vou entrar nesse joguinho. Você é bonitinho e até parece gente boa, mas esse teu papo é muito ruim. Acho que você deveria rever essa sua abordagem para sexta-feira que vem, viu?

Sou uma santa, né? Acho que só o blog não tá dando conta de educar os palhacinhos, acho que vou abrir um curso!