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sexta-feira, 23 de junho de 2006

Capítulo 4: Palhaço Grecin 2000
Mais uma daquele palhaço que siliconou o cérebro e ficou mais sem noção. Na época que ainda namoravam tavam na praia com outros amigos batendo papo e tomando uma cervejinha gelada. Quando a viu prendendo o cabelo para entrar no mar o namorado exclamou: "Você precisa começar a pintar o cabelo, tá branco!"

A moça ficou surpresa pois ainda havia reparado em fios brancos, embora, como toda mulher, se observe ao espelho todos os dias. Talvez pelo susto da revelação inaudita dos seus supostos primeiros fios brancos, não caiu a ficha da inconveniência da divulgação pública e não solicitada.

– Cabelo branco? Não tenho não.
– Tem sim!
– Onde?
– Aqui do lado – disse o palhaço, apontando para as têmporas da namorada – eu vi um brilho aí.


Ok, respeitável público desse bizarro circo de horrores, vamos convir, é exatamente o que se espera de um namorado, não é? Mesmo a moça tendo melenas castanho avelã, que em pleno verão tendem a exibir reflexos naturais; mesmo estando na praia, sob luz intensa que torna visível qualquer nuance na coloração dos cabelos de qualquer um; mesmo estando em público, numa roda de amigos, é amigos, mesmo assim ele não se conteve, bradou que a namorada estava com cabelos brancos. Que que ele é? PALHAÇO!

Agora, dizem as más e as boas línguas, que o bruto mesmo tendo mais de 50 anos ostenta uma cabeleira* negra como a asa da graúna. Ah, tá, né? E pior, garantem línguas ainda mais ferinas e sagazes "meu pai é muito mais bonito e enxuto que ele".


* Originalmente eu havia escrito peruca, mas com cootação de deboche pois na realidade obruto não usava uma peruca postiça, apenas pintava a que Deus lhe deu. Como os leitores não estavam entendendo a piada troquei o termo para "cabeleira".

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