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quinta-feira, 31 de agosto de 2006

O novo cafajeste
Vocês leram a coluna do Joaquim Ferreira dos Santos na segunda? Ele fala do novo cafajeste, que não é mais um grosseirão. Não puxa pelo cabelo nem força a barra pra nada. O novo cafa é suave e cool. Viajou, leu, gosta de cinema e faz que se interessa sobre você. Mas conquistada a presa ele desaparece e ainda manda um torpedo no celular "Eu já disse que quero que você seja muito feliz?".

Pois é, eu já tinha identificado o tipo, mas não tipificado em mais um verbete no dicionário dos palhaços. O Joaquim, palhacinho gentil e antenado, nos fez essa gentileza. No começo fiquei emdúvida "mas como? Ele é educado, gentil, sensível, culto". Depois caiu a ficha que esse tipo é pior, afinal nos pega desprevenidas e ainda não sabemos muito bem lidar com ele. Ainda não tenho certeza, mas acho que prefiro os que mostram logo a que vieram.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Palhaço no trânsito
Minha amiga tava parada em um cruzamento quando, de repente, o palhaço que dirigia o carro da frente andou e depois desistiu. Bingo! Quando o bruto freou sem nenhum motivo ela entrou na traseira dele...

O palhaço machista saiu do carro falando: É a terceira moça que bate no meu carro neste mês! Por que as moças dirigem assim?

Diante de tal declaração, minha amiga apesar de moça culta e bem educada, sabendo que é boa motorista, não resistiu: 'As moças' batem no seu carro porque o senhor não sabe dirigir...

Em momento auto-crítica posterior ela me disse "Desci o morro com a lata d'água na cabeça". Nada filha, ele mereceu.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

O circo tá bombando...

Revista Época dessa semana:

BLOGS QUE AMAMOS
Elas contra Eles
Esse é um blog em que elas falam mal deles. Os homens, aqui, aparecem como seres inconvenientes, ciumentos, pegajosos, cafajestes, infantis, indecisos - enfim, palhaços. No blog Homem É Tudo Palhaço, quatro jornalistas cariocas na faixa dos 30 anos relatam casos hilários (e reais, elas garantem) ocorridos com pretendentes e namorados. Em meio a tantos ataques ao gênero masculino, há espaço (pequeno, é verdade) para posts com letras de músicas românticas e conselhos sentimentais a leitoras. http://tudopalhaco.blogspot.com

domingo, 27 de agosto de 2006

Palhaço frentista
Abasteci meu carro e fui calibrar os pneus. Estava arrumada para ir ao trabalho, de saia e salto, e por isso, meio sem jeito, quando o frentista se ofereceu para me ajudar. "Poxa, que legal, que gentil", pensei.

Em um dos pneus a calota encobria o bico da câmara de ar. Chegou um outro frentista pra ajudar. Eles podiam ter tirado a calota, até mesmo para resolver o problema pra mim de uma vez (quando fosse calibrar novamente não precisaria da manobra de puxar a calota até o tal bico aparecer), mas não. De tanto puxarem a calota para alcançar o bico, eles conseguiram quebrá-la. "Ai, que merda. Mas tudo bem, pelo menos eles estão me ajudando. Se eu fosse fazer isso, estaria expondo minha calcinha e sujando minhas lindas mãozinhas de unhas lixadas e esmaltadas".

Como eu sou uma pessoa agradecida, dei uma boa gorjeta para eles tomarem um café da manhã.

Segui pro trabalho linda, loura e afro-nipônica no meu carrinho, quando quase chegando ao trabalho ouço buzinadas insistentes e vejo um taxista enlouquecido pendurar-se na janela do seu carro para me avisar que meu pneu estava baixo. “Ah, obrigada”, respondi. "É pegadinha", pensei, já que tinha calibrado os pneus naquele dia.

O cara emparelhou mais uma vez comigo. "Olha, tem um borracheiro mais a frente. Pára lá". "Eu sei. Trabalho por aqui. Mas já estou chegando no estacionamento. Vou parar lá". O motorista fez uma cara de "tudo bem, sua anta, depois não reclama que eu não avisei" e seguiu seu rumo.

No meu delírio "poliânico", pensei: "Nossa, que taxista legal, preocupado, gentil..."

Quando desci do carro já no estacionamento fui conferir o estado do pneu. Não sei como não perdi a roda do carro. Ele estava com-ple-ta-men-te murcho, vazio mesmo. Meu humor começou a mudar. "Ai, minha nossa senhora dos pentelhos compridos!!! O que aqueles imbecis fizeram no meu pneu????"

O rapaz do estacionamento se prontificou a me ajudar e disse que trocaria o pneu.

Quando voltei à tarde pra buscar o carro, o pneu estava trocado, mas outro pneu estava vazio. "Putaquiupariu vovó!!!! Eu vou incendiar aquele maldito posto de gasolina!!!!"

Agora eu não tinha nem estepe pra trocar. O anjo do estacionamento tirou o pneu vazio, colocou-o no seu carro, me levou até o borracheiro mais próximo para consertá-lo(os geniais frentistas conseguiram quebrar o bico da câmara de ar). Voltamos ao estacionamento, ele colocou o pneu no lugar. Como eu sou realmente agradecida a quem me ajuda, dei outra polpuda gorjeta ao rapaz. Voltei no borracheiro, ele consertou o primeiro pneu vazio e trocou o estepe por ele. Nessa brincadeira gastei muitos dinheiros que não pensava gastar e me estressei um bocado. Se não fosse o anjo do estacionamento me ajudar prontamente, estava ferrada.

Sou agradecida, mas também vingativa, encrenqueira, quizumbeira. Voltei no posto fatídico. Como já havia passado alguns dias, estava calma e falei até brincando: "Olha, você me deu um prejuízo..." e contei o que aconteceu ao frentista. O palhaço virou as costas e disse "impossível". Ah, meu irmão, comecei a berrar indo atrás dele. "TÁ DIZENDO QUE EU ESTOU MENTIDO? E IMPOSSÍVEL POR QUÊ? OS PNEUS ESTAVAM DIREITOS. FOI VOCÊ QUEM MEXEU NELES E ESTRAGOU OS BIRROS." Que ódio! Claro que ele, do alto de sua sapiência e arrogância masculina, jamais admitiria que fez alguma besteira. Homem não erra. Já viu algum errar? Eu nunca. Não que ele tenha admitido, pelo menos. E claro que deve ter comentado que eu era histérica ou que precisava de uma piroca porque mulher, na opinião de homens como ele, quando reclama, só pode ser por estes dois motivos.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Número do desaparecimento com plus: "O retorno do palhaço"

Ele era o cara com o qual a moça sempre sonhou. Freqüentavam os mesmos lugares, mas ela achava que ele nunca chegaria nela. Eis que noite dessas, pistas dessas, o bruto chega, se apresenta e pede o meu dela, que receosa, fornece o número. Palhacinho liga, saem pra cinema, pizza umas cinco vezes. Na sexta vez, depois de dois meses, vão jantar fondue com vinho. Bingo, transaram (nesse ponto os holofotes se acendem pra começar o número do sumiço - mas até aí "morreu Neves", normal).

O bruto ainda ligou umas duas vezes só pra conversar (consolação). Bondosa, ela acha até legal. Ela confessa que, se ele tivesse sumido de vez, teria se sentido a última das últimas, afinal, foi o primeiro cara pra quem deu o meu tel depois da separação do primeiro marido.

Como tudo passa - até uva passa - umas 3 semanas depois ela começou a namorar outra pessoa. Bobagem! Cláááássico, ele liga de novo dizendo que tinha sumido porque estava trabalhando muito e perguntou como ela tava. Moça sincera, disse que a novidade era que estava namorando. Foi nessa hora que tudo mudou e o espetáculo principal começou. O garoto disse que não aceitaria perdê-la (Ahn?).

A vontade foi perguntar se não tinha passado da hora dele tomar o Prozac, mas moça educada (e um pouco cafona,) preferiu dizer que ele encontraria alguém legal porque ele tratava uma mulher igual a uma rainha (ok, ela é minha amiga mas pegou pesado). Mas o palhaço também não perdeu a deixa e completou: "Só as que merecem". Conclusão: ligou ainda duas vezes chamando pra jantar e depois acabou desistindo.

Como confidenciou a empresária circense ao me narrar o espetáculo "nunca vou esquecer dessas frases. Sensação de perda é foda mesmo. Ele nunca foi a fim de mim. E na verdade nunca tinha rolado química entre a gente. O beijo dele tinha sido o pior da minha vida (uma decepção prum gato daqueles)".

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

HTP no Orkut
Vocês já entraram para a comunidade do HTP no Orkut?

Lá podemos discutir os posts atuais ou relembrar os antigos, fazer sugestões e dar pitacos em geral, é divertido!

Sejam bem-vindos: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=13209176

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Repercussão do palhaço bonzinho
O espetáculo do Palhaço Bonzinho causou. Outra leitora e amiga não resistiu e se animou a conta a história do seu ex-palhaço. Algumas idades e datas alteradas, pra proteger a privacidade dos a(u)tores, mas os fatos são rigorosamente reais. Divirtam-se:

"Quando li o post cheguei a pensar nele. Mas juro que esta mulher barbada não sou eu. Aliás, sou até filha de portugueses, mas nem barbada eu sou. E é como eu sempre digo, por trás de toda "mulher maluca", sempre tem um homem babaca.

Quando começamos a namorar eu tinha 14 anos e ele tinha 17. Quando terminamos, eu tinha 19 e ele ainda estava com 17. Ele não era de todo mau. Só que não crescia, então com o tempo isso foi dando no saco. Muito "bonzinho", muito sem atitude, muito dependente mesmo (e ainda por cima usava também a maldita camisa pólo da Taco pra dentro da calça, com os malditos tufos de pêlos saindo da gola). Nem sei como aguentei tanto tempo.

Resumo, um belo dia, enchi o saco e terminei. Ele assumiu aquela identidade de palhaço psicopata, começou a me procurar, ligar pra minha casa, "acidentalmente" encontrar comigo em locais próximos ao meu trabalho, ligar para os meus amigos, sempre perguntando o por quê, que queria voltar, que eu era a mulher da vida dele, que a gente podia tentar, blá, blá, blá...

Eu já estava de saco cheio quando, passados dois meses nessa inhanha, às vésperas do meu aniversário, ele bateu lá em casa pra me dar um presente e terminou expulso pela minha mãe quando quis me agarrar à força.

Claro que depois disso eu parei de atender as ligações do celular, passei a mudar de calçada quando via o bruto de longe e passei instruções expressas a todos lá em casa que, caso ele ligasse, era pra dizer que tinha ido prestar ajuda humanitária na Bósnia. No início do mês seguinte, um amigo me contou que ele começou a namorar a Fulana. "Bom pra ele, tomara que me esqueça".

E parecia que tinha esquecido mesmo: não ouvi mais falar dele por uns 10 anos. Soube que ia casar com a Fulana e fiquei feliz. Eu já estava em outra há muito tempo e torcia pra dar tudo certo pra ele. Mas um dia, tal e qual palhaço Fênix renascido das cinzas, ele ligou e me chamou pra tomar um chopp. "Não nos vemos há tanto tempo, vamos botar o papo em dia". Eu, criança ingênua neste mundo cruel, sabedora que ele já tinha até casado e decorridos 10 anos desde a última vez que o vi, achei que não tinha nada demais rever um velho conhecido.

Mas apenas entrar no bar já foi o suficiente pra perceber a dimensão do meu erro. Primeiro que em 5 minutos me lembrei de tudo que odiava nele. Aquele jeito meio mondrongo, meio "preciso de atenção", meio Don Juan dos trópicos. Nadinha a ver comigo. Nenhuma ambição. Ainda universitário. A maldita camisa pólo. E aqueles tufos nojentos saindo da gola da camisa. Não, não dava.

Mal cheguei ele começou com o papinho mole, que quando ele (!) terminou comigo foi muito doloroso pra mim (!!), que ele esperava que eu não estivesse ainda magoada com ele pelo jeito como nós terminamos (!!!), mas que naquela época ele sabia que não dava pra continuar (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)... Como mamãe me ensinou a não contrariar maluco, tentei cortar o assunto perguntando pela Fulana. E então chegou a cereja do bolo... "Estou me separando da Fulana". Como assim, criança? Ele namorou a menina por 10 anos, e tinha casado há 3 meses... e entrado com o pedido de separação há 1 mês? Depois de DEZ anos de namoro, MESES de preparação de casamento e DOIS meses de
casado ele "percebeu" que não queira ficar com ela? Se ela era praticamente a mulher barbada, como a criança não se apercebeu ANTES de casar, nos 10 anos anteriores? E como assim ele JÁ estava dando em cima de uma pessoa que ele não via há DEZ anos????

Ele chegou a perguntar se eu tinha casado e eu disse que sim. "E sou totalmente fiel!" Ele nunca mais me ligou, pelo menos isso."

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Palhaço veado-velho-enrustido
Outro dia estava no carro parada no sinal numa rua perto da Mem de Sá, na Lapa, ponto de prostituição de travestis. Um dos travestis chega na janela do carro da frente – claro que ele foi chamado até ali porque nenhum travesti se chega sem ser chamado. O sinal abriu e o travesti trocou um beijo com o motorista com quem conversava.

Quando passei pelo carro, vi que o motorista era um senhor de uns 60, branco, meio careca, meio gorducho, enfim, o típico “avô”, daqueles que não admite sexo antes do casamento.

Não estou aqui para julgar aquele homem especificamente, que pode se um gay assumido, solteiro e dono do seu nariz; que pode se dar ao desfrute de trocar um beijo rápido com um travesti, enquanto o sinal não abre, mas vendo uma cena dessas não posso deixar de lembrar daqueles palhaços “pais de família” que deixam suas mulheres em casa para transar na rua com a dita mulher “ideal”, de peito e pau. E aí, sem usar camisinha no mercado interno e no externo, transmite HPV, HIV e outras siglas pra mulherzinha que ele desposou aos 18 e desde então sustenta para que ela não precise trabalhar e cuide melhor da casa e dos filhos.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Palhaço universitário

Essa aconteceu com uma amiga. Estávamos no meio da faculdade e ele no último período. Acho que começaram a ficar numa das festas. Ele ligou pra ela e saíram mais umas duas vezes (fora as vezes que se encontravam nos corredores). Aí ele disse que não queria compromisso sério porque tava estudando pra concurso e não poderia se prender a ninguém. Pararam de sair.

Uns dois meses depois ela o encontrou na rua e ele disse que tinha conhecido uma mulher, ia morar junto com ela e assumir o filho que ela estava esperando (ela estava grávida de três ou quatro meses).

E a história de não querer compromisso por causa dos estudos? Assim como o Palhaço Oliva que estava traumatizado pelo fim de um relacionamento, mas logo se envolveu com outra. Sei que a linha que separa a sinceridade da falta de educação/crueldade é tênue, mas acho que eles poderiam ser menos sinceros, do que jogar na nossa cara: "vc não servia pra namorar" ou "por vc eu não me apaixonei, mas por outras...". Certas coisas não precisam ser verbalizadas.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Homem é tudo palhaço, até os bonzinhos...
Essa foi relatada por uma amiga minha, que escreve muito bem. O estilo parece até o da Vanessa, mas não é ela, pois as donas do circo sempre assinam sua aventuras. escrevendo. A história é sensacional, ri muito lendo o relato do espetáculo circense em vários atos. O palhaço fazia o personagem bonzinho mocorongo, mas mostrou que mesmo esses fazem palhaçada. É longo, mas vale a pena. Divirtam-se.

Tudo começou quando eu acordei com o sol na cara, uma dor de cabeça desgraçada, completamente pelada, com uns pentelhos masculinos espalhados pelo corpo. Na perna, tinha uma mancha roxa gigante. E do meu lado, na cama, um bilhete escrito em hidrocor rosa: "Você pode não lembrar. Mas foi maneiro. Quando quiser, me liga. Assinado: Fulano, 9999-9999".

A história, na verdade, começara obviamente algumas horas antes. Mas eu não lembro de nada. Segundo relatos, eu estava na festa de final de ano da empresa, fiquei doida e agarrei o primeiro que apareceu. Eu (ou melhor, a pomba-gira que se apoderou do meu corpinho), arrastou o escolhido (Fulano, que eu nunca havia visto mais magro) para uma cabine do banheiro feminino, de onde fomos tirados com truculência pelos seguranças do lugar. Não satisfeita, dei umas lambidas no cangote do estagiário da Arte, empurrei e xinguei o careca que viria a ser meu chefe em um futuro próximo, chamei de psicopata o funcionário novo e quase fui embora com um senhor do alto escalão que eu não sei o nome até hoje. Palhaçadas minhas, admito.

De nada disso eu sou capaz de lembrar, como também não lembro em quais circunstâncias Fulano me levou para casa, como fiquei sem roupa e tampouco como apareceu aquela mancha roxa na minha perna. Não gostei nada do "foi maneiro", mas, como não sou mulher de me conformar com mistérios, assim que cheguei à empresa no dia seguinte, montada em minha mais absoluta cara de paisagem, tratei de mandar um e-mail para o desconhecido íntimo. Na mensagem, me desculpava pelo transtorno e coisa e tal (puro charme), e pedia para, da próxima vez, ele fechar a janela antes de ir embora. (Sim, esqueci de dizer: nosso palhaço distraído me deixou escancarada diante de uma janela igualmente escancarada, que dá para o corredor do meu prédio).

Muito simpático, ele me respondeu dando brechas para um flerte. Quando fui levantar a ficha corrida do rapaz, deixei a mulherada em polvorosa. Eis que Fulano vinha sendo cobiçado há anos por grande parte do público feminino da empresa, mas, espécime raro, era 100% fiel à esposa. De quem, me contaram, havia acabado de se separar. Após os elogios, todas queriam saber: "E aí? Como é que foi?!".

Diabos: sei lá como foi! Agora mesmo é que eu tinha que descobrir. Já que a memória não ajudava, o jeito era solicitar ao moço uma reconstituição do crime. E-mail vai, e-mail vem, assumi que não me lembrava de nada, e pedi que ele ajudasse minha tão combalida memória. A criatura parecia muito solícita, mas nunca marcava efetivamente um dia para resolvermos a questão. Comecei a achar esquisito. Só não desisti porque passei a observá-lo de longe e, sabe aquele tipo que usa calça de strech e camisa pólo da Taco? Que ri das piadas sem graça dos amigos? Que reza antes de dormir? Que gosta de jogar videogame com os sobrinhos, e caminha como um mondrongo? Pois é, esse mesmo. Um desastre total, um sem jeito, um fofo! Não resisto ao tipo.

A ladainha demorou mais ou menos um mês (um tempo absurdo para quem só quer reviver um biscate), e foi então que o palhaço mostrou as garras. Dispensei sugestões de pegar cinema ou jantar: disse para Fulano ir direto lá pra casa, sem rodeios. O moço chegou em sua bermudinha cáqui, tão fofo, os tufinhos de pêlo saindo pela gola da camisa pólo, e não tardou para, desastrado, derramar vinho em nós dois. Um charme!

Para completar, Fulano é desse tipo romântico, apegado à família e que freqüenta retiros da renovação carismática. Ficou falando horas sobre o casamento e a ex-esposa, e acabou confessando que volta e meia ainda dava uns pegas na dita cuja. Por mim tudo bem, nessa época eu também cultivava o estranho hábito de pegar meu ex-marido.

Ia tudo conforme a etiqueta, partimos para a etapa do beijinho, depois para os amassos no sofá, depois para a cama. Até que, aos 47 minutos das preliminares, se é que me entendem, algo muito estranho aconteceu.

Não posso dizer que Fulano broxou. Acho que foi pior do que isso. De repente, sem mais nem menos, a criatura desabou em choro. Eu fiquei apavorada e tentando identificar o que poderia ter sido ("será que eu menstruei? não me depilei? ele é viado? tô fedida?") – mas só tive uma resposta após aninhar o moço no meu colo.

Ele se aconchegou como uma criança, e começou a desabafar: a ex-esposa lhe atormentava a existência. Ele às vezes achava que ela era a mulher da sua vida, outras vezes não achava mais. E bla bla blá. Bla bla blá. O mais bizarro na história foi quanto ele contou que, toda vez que a mulher pressentia que ele andava pegando alguém, aprontava alguma. A arte atual foi ter... gravidez psicológica! Nessa parte da história, o palhaço, todo peladinho no meu colo, desenhou uma enorme barriga imaginária com a mão, mostrando o estado da mulher.

Eu, modéstia à parte, fui uma lady. Ouvi atentamente todo o seu desabafo, dei conselhos, e até o incentivei a ser paciente com a bruxa barriguda. É claro que eu tinha esperanças que, tão logo ele se refizesse da choradeira, voltássemos à programação normal. Hum, doce ilusão! Depois de ser confortado por meus conselhos e cafunés, o calhorda deitou com o rostinho no meu peito e dormiu feito um anjo.

Passei a madrugada toda insone, com aquele homem pelado em cima de mim, roncando. Como esperança é a última que morre, eu aguardava ansiosamente que o dia amanhecesse para que ao menos, quem sabe, ele cumprisse com o script – ainda mais porque, no ângulo em que eu estava, dava perfeitamente para ver a bundinha dele. E era uma delícia.

Mas aí chegou a hora da palhaçada-mor. Assim que Fulano despertou, com um fio de baba escorrendo em cima do meu peito, olhou para o relógio e deu um salto. "Tenho que ir embora!", disse, esbaforido, enfiando as calças. Eu: "Como assim?! São sete da manhã!". E ele: "É, eu prometi à minha ex-sogra ajudá-la a fazer a mudança".

Entrei em desespero. Ou simplesmente não acreditava que aquilo estivesse acontecendo. Tudo bem, não sou nenhuma capa da Playboy, mas também não sou exatamente o que se pode chamar de dispensável. Tentei convencer o palhaço a ao menos tomar um café, me fazer uns carinhos rápidos, ligar para a sapa velha e dizer que foi atropelado, qualquer coisa, mas o mongo fez questão de me explicar, muito paciente: a ex-mulher e a ex-sogra o esperavam para carregar a mudança do Recreio até a Tijuca!

Completamente impotente, vi a criatura sair porta afora, com os tufinhos pra fora da camisa e alguns cabelos meus presos na barba. No dia seguinte recebi um torpedo, que dizia mais ou menos assim: "Me desculpa por tudo. Um dia, quem sabe, te conto todos os meus motivos".

É claro que nunca mais quis saber de motivo algum, não quero mais ver o palhaço nem pintado de ouro na minha frente. E, pior: até hoje não sei o que aconteceu naquela primeira noite.

domingo, 13 de agosto de 2006

Trilha sonora do circo

De Edu Tedeschi interpretada por Maria Rita no seu CD Segundo. Quero ver a mulherada cantando numa só voz!

Conta outra

Conta outra
nessa eu não caio mais
já foi-se o tempo em que eu pensei
que você era um bom rapaz
Corta essa
de querer me impressionar
Coisa boa é Deus quem dá
besteira é a gente que faz

Você jurou pra mim que foi doença
Que te impediu de vir me encontrar
O mundo é bem menor do que 'cê pensa
e ontem já vieram me falar
Que você tava lá
no baile da comunidade
Bebendo e se acabando de dançar
Mas eu não caio do salto
não grito, não falto com a minha verdade
Sinceridade, sai que a fila tem que andar

Conta outra
nessa eu não caio mais
já foi-se o tempo em que eu pensei
que você era um bom rapaz
Corta essa
de querer me impressionar
Coisa boa é Deus quem dá
besteira é a gente que faz

Depois de te deixar na geladeira
eu resolvi te dar colher de chá
é dura a tua cara de madeira
tão dura que bastou eu me virar
E você tava lá
jogando todo o teu feitiço
pra cima da mulherada lá do bar
Mas eu não caio do salto
não grito, não falto com a minha verdade
Sinceridade, sai que a fila tem que andar...

Conta outra
nessa eu não caio mais
já foi-se o tempo em que eu pensei
que você era um bom rapaz
Corta essa
de querer me impressionar
Coisa boa é Deus quem dá
besteira é a gente que faz

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Espetáculo clássico

A amiga que me relatou o caso disse que nem sabia se valia a pena postar de tão comum que é a história, como ela disse, é uma palhaçada sempre na ordem do dia. Mas, como os espetáculos clássicos nunca saem de cartaz e sempre têm público, aí está.

Ela era super amiga de um cara há 8 anos. Ambos namoravam e saíam em casais, até que um dia ambos terminaram. Num momento de bebedeira ficaram e o cara falou que sempre tinha sido a fim dela, que a ex dele era um cão, que não via a hora de se livrar dela, etc. (Já viu como é o fim da história, né?!)

Continuaram ficando por um 1 mês e o cara se declarando igual como louco. Uma das frases mais engraçadas foi "vc é a dona da minha vida". Ela viajou no carnaval porque já tinha comprado a passagem, mas ligava pra ele todos os dias e pensou que fossem namorar quando ela voltasse. Humpf.

Quando voltou ele não atendeu mais as ligações dela e nem ligou. Um belo dia se encontraram em uma casa de shows carioca. Conversaram, perguntou se ela estava puta. Ela: O que vc acha?
Ele: Acho que sim, porque eu sumi. (olha a cara de pau dele). Saíram dali pra transar na casa dele, porque mulher é bicho frouxo, mas confessa.

Né que o artista circense voltou com o papo de "dona da vida"?

Na manhã seguinte na casa do palhaço, ela foi se pentear pra ir embora. A escova de cabelo cheia de fios louros compridos (ela é morena). Enfim ela desistiu dele, claro.

Mas o pior ainda estava por vir: ele voltou pra mulher-barbada-que-era-o-cão e vão morar juntos. Minha amiga pegou HPV dele.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Adoro as mensagens edificantes que me chegam agora por e-mail.

Vejam essa:

É...

Vc realmente está com falta de pica!

KKKKKKKKKKKKKKK

Entre um peido e uma cagada eu leio e escrevo algo p/ vcs.

Mas tem hora q só detonando mesmo.

Mulher frustrada ninguém merece.

Vai dar umas boas horas de cu, como vcs mesmas dizem!

Vamos lá ... alguém perguntou em que momento o palhaço lê o blog? Acho que eles escrevem isso como diz .. "eu menosprezo este blog". Mas lê, né queridão? Mesmo que seja entre um peido e uma cagada. Você abre seu laptozinho no vaso e dá uma lidinha.

Quanto aos outros comentários ... well, não me surpreende a defesa que os palhaços fazem dos outros palhaços. É uma classe unida. Louvável, isso. Os outros comentários .. aqueles suuuper criativos .. ai, ai ... encarnarei meu ar blasé. Sexo e caráter moram em lugares distintos. Mas os palhaços nunca entenderão isso. Ai, ai .. me cansa. Enfim ... os zangadinhos anôminos são chatos de doer.

sábado, 5 de agosto de 2006

Isso que dá aceitar rever espetáculo manjado...
O relato abaixo foi feito por uma amiga minha. É o clássico "não vale a pena ver de novo", infelizmente é bastante popular. A gente sabe o espetáculo de cor, mas não sei por que, quando a reprise é anunciada a gente acaba assistindo, sempre se enganando que o espetáculo vai ser outro. Pode até ser outro número, mas que vai acabar em circo é certo.

Conheci o palhaço há sete anos. Foram sete anos de vai-e-vem. Até que tivemos uma briga feia e ficamos três anos sem qualquer contato.

Em fevereiro desse ano recebi um torpedo anônimo no meu celular: "esse é o meu novo número, que só pessoas íntimas possuem". Liguei para saber quem era e então ele se identificou. Contou que tinha se separado da mulher, que chegou a morar com uma outra que tinha duas filhas pequenas, mas agora estava solteiro de novo. Disse que tava morando sozinho em uma casa "tipo masmorra" (sic) na Rio-Teresópolis.

"Coincidentemente" o contato foi logo após ele saber por amigos em comum que eu tinha comprado um apartamento e estava morando sozinha. O palhaço mandou e-mails pedindo meu endereço, dizendo que queria ver minha casa nova, se oferecendo para almoçar peixe lá em casa. Bom, eu avisei que não ia fazer peixe - e realmente não fiz. Primeiro porque não sei e segundo porque minha casa iria ficar fedendo a peixe!

Nos encontramos algumas vezes e ele foi na minha casa em duas ocasiões. Essa punheta durou até junho, quando passamos um fim de semana ótimo. Massa com um bom vinho, beijos, sexo total. Eu achando que tava tudo bem. Humpf.

Na segunda-feira seguinte eu tava no trabalho quando o telefone tocou. Para meu espanto quem era do outro lado da linha? A ex-mulher barbada dele!

Bizarro! Ela tinha não só o número do meu trabalho, mas também o do meu celular. A princípio achei que fosse trote, sacanagem de alguém que sabia da história. Antes fosse....

Ela contou que o palhaço NÃO ESTAVA SEPARADO DELA! Disse que chegaram a se separar sim e ele foi morar com a outra, mas agora estava de volta.

A louca começou a falar do palhaço, contando detalhes do meu relacionamento com ele. Comentou que ele me esnoba, me chama de arrogante e prepotente. Segundo ela, o bruto garante que não gosta de mim, mas não tem coragem de me dar o fora e que NUNCA, mas NUNCA vai ficar comigo.

Ela sabia que duas semanas antes ele tinha dormido na minha casa e eu tinha dado uma chave pra ele. Sabia até que ele tinha ajudado a escolher a tinta para a minha sala.

Falou de um dinheiro que ele tinha me emprestado, sabia inclusive o valor. Segundo ela, ele estava com medo de perder a grana e por isso iria armar pra cima de mim. Pediu para comprar um gravador de DVD no meu cartão. Comprei, mas com a intenção mesmo de não cobrá-lo, pois afinal de contas, eu tava devendo a grana pra ele e jamais pensei em não pagar.

Espetáculos consecutivos e inimaginados, mas a cereja do bolo vem agora. Ela contou que na época em que nós nos conhecemos ele teria dito a ela que não se preocupasse comigo, pois eu era "sapatão" (sic).

A mulher barbada reclamou que ele continua com as mesmas mentiras, diz que vai trabalhar até tarde, vai ficar de plantão, e sei mais o quê. Tudo pra ela não ligar e ele não ficar sem-graça perto de mim. Ela havia aceitado a situação até então.

Segundo a maluca, ela teria dito ao palhaço que iria me ligar para me avisar do que estava acontecendo, pois eu estava sendo enganada. Ele teria dito que ela poderia ligar sim. Deu meus telefones (inclusive o do trabalho) e até meu e-mail.

Mais uma vez "coincidência" das coincidências, minutos depois ele ligou. Com uma voz sem-graça, veio com uma conversa perguntando se eu tinha mandado algum e-mail pra ele. Respondi que sim e ele pediu para eu não enviar mais nada.

– Ontem (domingo) estava em casa e de repente a louca da fulana, minha ex-mulher, chegou lá me cobrando satisfações de um e-mail que você tinha mandado. Ela descobriu minha senha, acessou meu e-mail e leu a mensagem. Fiquei puto, briguei, disse que estava morando lá em cima (na Rio-Teresópolis) porque queria paz e sossego na minha vida. Fique preparada, ela vai te ligar ou vai mandar um e-mail. Pois você sabe que ela está tentando de tudo, de tudo pra me ter de volta.

Ah, tá. Que bom que você me avisou, né? Você é tão gentil. Não, não fui grossa ou sarcástica. Simplesmente respondi que, caso ela ligasse, iria escutar o que ela tinha pra falar. Detalhe: ele não explicou porque simplesmente não mudou a senha do e-mail.

Mais tarde, a louca da ex ligou para meu celular da casa dela. Perguntou se eu sabia do palhaço. Respondi que não. Disse que o palhaço tinha ido em casa e levado todas as coisas dele. E eu com isso?

A irmã dele é minha amiga, me ligou e confirmou tudo. Ele realmente forneceu meus telefones e e-mails pra mulher barbada pra ela mandar eu parar de perturbá-lo.

Ah, tá, né? Ele me procura, se oferece pra almoçar na minha casa, volta com as próprias perninhas e passa a noite e eu que tô assediando o pobrezinho?

Devo merecer por ter me prestado a rever espetáculo repetido, mas enfim reconheço: é tudo palhaço!

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Palhaço anônimo

Recebo na minha caixa de e-mail a seguinte mensagem:

pelo palhacinho oliva vc merece, sem dúvida alguma, uma bela vaia!nunca li na minha vida um tão desmedida demonstração de frustração como aquela!duvido q fosse alguma amiga.era vc mesma!!

Ao contrário de você, querido ou querida, sempre contei minhas histórias pessoais aqui em primeira pessoa. Leia os arquivos. O fato que narrei aconteceu com uma amiga e se for de seu interesse te passo o telefone dela.

Desmedida demonstração de frustração acho até uma frase dramática, mas acho que todos nós em algum momento da vida temos o direito de nos chocar com atitudes escrotas do ser humano.

Ou não?

Pelo que eu pude perceber, você é fã do Palhaço Oliva. Talvez se mereçam. Sejamos insensíveis ao ser humano e seja lá o que Deus quiser.

Caro anônimo, todos nós temos o direito de gostar de alguém. Alimentar ou não esperanças de desfrutar bons momentos de prazer, seja qual for, ao lado de alguém. Não é errado. Pelo menos no mundo onde eu vivo. E se isso não acontece, ora bolas, somos humanos e podemos nos desapontar.

Ou não?

Mas é necessário ser grosseiro?

E, vem cá, por que eu tenho que achar bonito???

Veja: o cara some, desaparece. Sem ao menos ela ter feito aquele papel de chiclete em sola de sapato. Quando aparece, detalhe: não dá parabéns a ela. Sai simplesmente dizendo que está saindo com outra. Dando satisfações não pedidas a alguém que até pouco tempo ele se dizia saudoso.

Pois bem, caro crítico anônimo, se você acha isso normal, imagino que tipo de pessoa você deve ser.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Palhaço oliva*

Minha amiga conheceu este Palhaço Oliva numa festa. Pintou um clima. Depois de um papinho, quis o destino que cada um fosse para um lado. Minha amiga saiu da festa com outro palahço, mas ficou pensando no menino oliva. Efeitos do álcool, isso acontece. Tanto é que ela se arrependeu depois. Achou que o palhacinho em questão teria proporcionado a ela uma noite mais proveitosa. O reencontrou aconteceu alguns dias depois e eles ficaram. E foi lindo.

Ele, recém-separado, ainda um pouco abatido pelo término da relação, deu a entender que ainda estava enrolado com aquela situação chata de "eu fico com os CDs da Marisa Monte e você com a coleção do Roupa Nova".

Justo. O cabra foi honesto. Minha amiga, ciente da situação, ainda que ansiosa, deixou o bruto correr solto. Trocavam e-mails, alguns telefonemas. Palhacinho era fofo, fofo ... Minha amiga tendia a sentir uma certa paixonite, mas manteve a cautela. Nada de forçar a barra. Torcia para ele ligar; se não ligasse, saía com os amigos.

E eles saíram algumas vezes. Programinhas básicos: cineminha, barzinho, beijocas. Ele mandava torpedinhos pelo telefone! Que fofo ... Apesar de ter demorado séculos para encostar nos mamilos dela (palavras dela), o bruto prometia. Educadinho, dizia até que sentia a falta dela.

Prometia, não prometia? Mas ó .. um dia o palhacinho sumiu. Sumiu mesmo. Evaporou no ar. Ela mandou e-mail, muitos. Não queria ligar para não passar aquele recibão de quem está correndo atrás. E nada acontecia. Ela sucumbiu a um certo baixo astral, mas foi se recuperando. Foram muitos dias sem sinal de vida.

Ela deu uma baqueada. Não querer compromisso é uma coisa. Ser mal educado é outra.

Chegou a data do aniversário dela .. ela enviou o convite e recebeu dele uma meia certeza que iria. Ele não foi. Paciência. Vida que segue.

Eis que hoje, o palhacinho me saca um e-mail desculpando-se de não ter ido a festa porque estava saindo com outra pessoa.

Ah! Ainda disse mais ou menos assim .. "não fique chateada, estou saindo com outra, por isso não fui, mas olha .... guarde boas lembranças minhas".

Mas é claro .. você não guardaria? Eu com certeza guardaria. Boas lembranças de alguém que não tem um pingo de consideração e some como um covarde. Alguém que se esconde por detrás do próprio medo de não agir como um adulto e sentar para conversar. Alguém que ignora uma pessoa que sempre o tratou bem e que dele não esperou muita coisa. Um sexo casual talvez.

Você não guardaria?

E essas lembranças não ficariam ainda melhores quando você recebesse um e-mail, um e-mail que você não pediu, te contando que ele está saindo com outra, algo que você não perguntou, esfregando na sua cara talvez uma auto-afirmação masculina como quem espera que a pessoa esteja tão desesperada ao ponto de se perguntar ..."meu Deus onde está o Deus Grego que joguei pela janela?".

Alguns palhaços me surpreendem pelo requinte de crueldade com que fazem suas cagadas. Não basta sumir. Não basta cagar para o aniversário de uma pessoa com que dias atrás você estava saindo e bajulando. Não basta. É preciso humilhar, vangloriar-se de mais uma conquista. Dizer o quanto você é foda ou quanto você é legal por isso, porque ao menos você se justifica e pede que ressentimentos (de que?) sejam esquecidos. Nada disso basta. Se não serve para o meu prazer sexual, pouco serve para ser amigo ou partilhar alguns momentos de convivência.

Minha amiga está triste. E não tiro a razão dela. Não triste por ter gostado de alguém tão babaca. Mas triste por constatar que as pessoas são de fato muitos estranhas e que há ações totalmente desnecessárias. Bastava um simples: "Desculpe não ter ido a sua festa. Pintou um imprevisto. Parabéns". Talvez ele precise dizer que está saindo com alguém para que ela perca as esperanças. Mas, pergunto, esperanças de que?? Se ela não ligou insistentemente ou apareceu na porta do trabalho pedindo satisfações ou ligou chorando clamando por justiça?

E como se ele dissesse: "olha sua burra .. tô saindo com outra. Acabou".

É muita elegância para a minha pessoa.

Será que eu estou sendo apocalítica? Será mesmo? Não sei. Queria até ter feito um post engraçadinho, mas tô sem saco. Acho que as vezes a gente tem que pegar um pouco pesado ou refletir sobre o que ouvimos ou escrevemos. Ninguém é perfeito e invariavelmente fazemos uma cagada na vida. Magoamos alguém, traímos. Mas assim de forma tão fácil e despretensiosa, me assusta um pouco.

Já ia esquecendo que minha amiga está pensando em se candidatar para dar um depoimento ao Manoel Carlos, para entrar na novela "Páginas da Vida". Sabe que o cara até para ser cafajeste tem que ter estilo e esse aí ... não serve nem pra figurante.

*Palhaço Oliva foi tirado do apelido dado ao babaca em questão.