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quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Palhaço Pangaré

Tô combinando um chope com um leitor de priscas eras pra nos conhecermos. A gente troca e-mails todos os dias e talz e nunca sai o chope. Ele resmungou que já me passou o telefone várias vezes, que eu nunca liguei e que não tem o meu. Passei o cel, o de casa e do trabalho perguntando "tá felizinho agora, babe?". O palhaço indócil, ligou na mesma hora pro número do meu trabalho. Eu não estava na sala e minha vizinha de baia atendeu.

– Tem pangaré aí?
– Não – respondeu a moça decidida.
– Obrigado - Desligou o palhaço.

Não contente, a criança ligou para o meu celular. Eu já tava de volta e atendi. Repetiu a saudação tão inteligente criada em um arroubo de criatividade: "Tem pangaré aí?" ou coisa que o valha. Ficou tagarelando e acho que pretendia abafar o caso. Só contou quando ouviu a voz da minha vizinha de baia avisando que uma moça havia ligado me procurando. Não era o recado do pangaré, esse ela não tinha posto na minha conta.

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