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segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Eu nunca tive por hábito cultivar olheiras. Mas de uns tempos para cá, devido ao intenso ritmo de trabalho, elas estão aqui embaixo dos meus olhos tal e qual tatuagem. E não há creme nesse mundo que façam as desgracentas darem pouso em outro lugar. E olha que as vezes eu durmo, durmo, durmo e elas ficam aqui.

Já até me acostumei com a presença delas, mesmo achando horrível esse aspecto que elas causam. Comprei corretivo e praticamente aplico uma mão de Suvinil-base no rosto. Mas o que mais me intriga mesmo é a falta de loção que elas causam nos palhacinhos da cidade.

Acompanhem a cena:

Eu, paradinha da silva em meio a um corredor. O bruto, saído do elevador, em seu terno garboso. Ele pára na minha frente e puxa papo. Eu dou trelo para o bruto, pois quem sabe, nada pra fazer .. e digo que não vejo a hora de chegar as minhas férias porque ando muito cansada (isso aconteceu já faz um tempo), vinha num ritmo intenso, patati, patatá.

Ele: "Ah! Dá pra ver mesmo ... (e foi se aproximando de mim, dedo em riste, apontando para os meus olhos) .. olha só o tamanho das suas olheiras ..."

Então é isso mesmo. É para jogar o superego pro lado e sair falando o que se pensa? A moda agora é essa. Palhaço Verdade. Porque eu notei o sapato cafona dele e não falei nada. Notei o jeito meio canastrão e não falei nada. Aí o sujeito se acha no direito de apontar, eu disse apontar, para as minhas olheiras e verificar que elas existem. Como seu eu não as visse todo santo dia.

Continua sincero assim, palhação, pra ver onde você vai parar ...

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