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terça-feira, 22 de maio de 2007

Palhacinho sem noção

Esse relato é sensacional, talvez seja mais pra O mundo é estranho do que para Homem é tudo palhaço, mas

A narradora é minha amiga queridíssima. É lésbica assumida, mas como mulher intelgiente com senso de humor, também é fã adorosa do nosso HTP. Eis que essa semana ela deposita a seguinte pérola na minha caixa postal. Eu já conhecia a história, mas ela contou de maneira impagável.


---------- Forwarded message ----------
Subject: eu, quem diria, já fui empresária circense
To: tudopalhaco

Minhas queridíssimas...

Como sabem, virei leitora de vcs. Estava hoje lendo e gargalhando com o blog e tentei me lembrar de algum palhacinho meu. Tarefa árdua para uma homossexual que há muito nem lembra do cheiro de homem. Mas estava decidida a participar da palhaçada de vcs que, aliás, é deliciosa. Lembrei de nossos tempos de faculdade e de um episódio de um lunático da Uerj (o mundo é estranho, mas o mundo da Uerj é absurdo).

Acho que Ana vai se lembrar. Lá vai a palhaçada...

Fomos eu e duas amigas a um destes shows digrátis que o Departamento Cultural da Uerj promovia na Concha Acústica. Se não me engano o show era de Djavan em sua fase anterior ao bicho solto. Djavan cantou seus clássicos do romantismo total. Um horror para três amigas solteiras. De cortar os pulsos. Para piorar, naquela época eu vivia um paixão enlouquecida e não correspondida por uma delas.

Deprimente. Como tudo pode ser pior, chovia mais que o terceiro ato do Rigoleto e a concha estava tão cheia que ficávamos em pé nas arquibancadas empilhados uns nos outros. Eis que surge um palhacinho atrás de mim. O coitado se empolgou com o romantismo do ambiente e começou a se roçar. Aquilo foi me dando nos nervos, mas depois até que gostei. Mal amada, não comida, nem comendo, enfim, no limbo profundo, até que um roça-roça, mesmo de homem ia bem. Já pelas tantas, cansada do esfrega, me virei e tasquei um beijaço no palhacinho para espanto total das minhas amigas. Uma chegou a me dizer da sacanagem que era aquilo. Eu que nem gostava saindo no lucro e elas nada. Sorry periferia...

Passou, voltamos pra casa e fim. No dia seguinte, chego ao hall do 10 andar da Uerj e me deparo com Ana gargalhando e me chamando. O palhacinho tinha se dado ao trabalho de colar cartazes por todo o corredor dizendo: Carolina, não se case sem antes me ligar (com nome e telefone, que é claro, não lembro mais). O espanto foi geral! Carolina... aquela...ué...mas ela não é sapa? Gargalhadas...

Enfim, acho que esta foi a única de palhacinhos que eu lembro. Agora tenho um monte de palhacinhas também...já sei, já sei....vai procurar outro blog! :)

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