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segunda-feira, 4 de junho de 2007

E já que o assunto é fim de relacionamento....

Lembrei de uma separação minha. Tinha sido civilizado até onde um fim de relacionamento pode ser. Não morávamos juntos, mas namoramos muito tempo. Aí sabe como é... eu tinha umas tralhas na casa dele, volta e meia me aboletava lá fim de semana, daí tinha deixado umas mudinhas de roupa, uns livros, uns CDs, essas coisas.

Quando fui casada e resolvi me separar peguei só minhas roupas e livros e fui embora, já era ruim demais, já doía demais pra ainda ficar "a geladeira é minha, a lavadora é sua". Fodam-se a geladeira e lavadora, assim como todo o resto.

Então como tenho bom senso, no fim de um namoro, não fiquei pentelhando pra buscar minhas coisas. Depois de passado um tempo, como nos falamos de vez em quando por e-mail, civilizadamente pedi pra combinar de pegar. "Se você quiser eu coloco tudo numa caixa e mando entregar na sua casa sem problema". Não, obrigada, né? Eu iria buscar num momento em que ele não estivesse, mas não precisava colocar uma caixa no banco de um táxi e mandar entregar na minha casa, porra. Mas eis que a gente não conseguia combinar um horário, mas acabamos chegando a um consenso. Ele juntou tudo numa caixa, deixou na portaria e minha irmã passou lá de carro pra pegar.

Quando chego do trabalho tem uma caixa enorme e pesada no chão. Estranhei, pois não lembrava de ter deixado tanta coisa assim lá. Fui olhar. O palhaço tinha mandado alguns presentes que dei pra ele, mas não todos. Donde se conclui que, o que ele tinha gostado ficou, o que tinha fingido que tinha gostado mandou de volta. Desnecessário, podia ter jogado no lixo. Tá, fim de relacionamento, a gente fica magoado e faz umas malcriações, ok. Feio, mas ok.

Continuo conferindo o conteúdo da caixa. Revistas velhas! O cara me despachou revistas que algum dia comprei e li na casa dele. Porra, livro tudo bem, mas revista velha? Por que não jogou no lixo, porra? Eu nem lembrava dessas revistas.

Mas sempre pode piorar: eu tinha assinatura de uma revista que ele também gostava. Certa ocasião a editora fez uma promoção e pediu pra eu indicar alguém pra receber a revista por três meses. Indiquei o palhaço, é claro. Não é que ele mandou os três números da revista também? Porra, esses eu tinha recebido em casa!

Vou revirando a caixa e a raiva vai aumentando. Um frasco de protetor solar que eu comprei pra ele ir à praia comigo. Tá, ele nunca gostou de praia, ia pra me fazer companhia, porque eu gostava e pedia pra ele ir, mas precisava devolver a porra do protetor solar? Grosso.

Aí achei a cereja do bolo: entre outros frascos semi-vazios, dois frascos de Fructis com uns dois dedos de produto dentro de cada. CARALHO, não acredito que ele mandou resto de shampoo e condicionador de volta! Com essa ele bateu recorde de palhaçada! Quis dizer o que? Que eu sou mesquinha pra querer shampoo barato de volta? ódio!

Não agüentei e liguei.

– Pra que você me mandou resto de sabonete líquido, shampoo, condicionador? Usasse ou jogasse fora, oras.
– Ah, era seu, devolvi.
– Pra que guardou isso por esse tempo todo? Devia ter jogado fora!!!!
– Eu não, você podia querer de volta.

RAIVA, teu nome é Roberta.

Detalhe, contei pra uma amiga que já namorou um amigo dela. Ela me contou que o outro fez a mesma coisa com ela quando se separaram. Tudo palhaço!

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