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domingo, 24 de junho de 2007

Palhaço sarrador (ou digno de pena)
Depois dizem que vagão feminino no trem e metrô é inconstitucional. Inconstitucional é você voltar pra casa depois de um cansativo dia de trabalho num metrô lotado com um palhaço roçando sua bunda.

De manhã sempre tem guarda nas estações impedindo a entrada dos palhaços nos vagões femininos, mas à noite, nem sempre. Noite dessas não tinha e os artistas entraram encoxando quem estava perto da porta. E quem estava perto da porta? Eu. Fiquei espremida de frente pras costas do último banco. Atrás de mim, um homem relativamente novo, branco, de cabelo bem claro, quase louro, meio gorduchinho, de terno mal ajambrado.

Estava tão incômodo que eu nem percebi que ele estava se roçando de propósito. Pra mim, era mais o anda e pára do metrô que estava fazendo ele se encostar mais e mais. Mas chegou minha estação e o palhaço simplesmente não me deixava sair. Tive que abrir caminho com uma cotovelada porque ele não se afastava de mim e continuava me imprensando contra o último banco. O vagão ia ficando vazio (porque na estação que eu desço sai muita gente) e o artista lá, encostado em mim, surdo aos meus apelos de "dá licença". E foi nessa hora que percebi que ele estava de pau duro. Lamentável. Dá pena de uma cara que precisa se valer do metrô cheio pra dar uma sarrada numa bunda. Pensando bem, acho que fiz minha boa ação do dia.

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