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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Circo movimentado

Depois do espetáculo da Biba Palhaça na saída do banheiro, voltei contando pra todo mundo. Meu amigo que era DJ da festa achou emblemático: como todo machista, ele acha que os caras de quem eu conto palhaçadas são todos viados. Ah, claro, babe.

Resolvi ir ao bar e quem eu vejo? O palhaço espeleólogo! O bruto tava com mais quatro comparsas entojando o balcão e atrapalhando que os outros convivas pegassem bebida. Ele sorriu pra mim e eu gingi que não conhecia. Bom, quase um ano depois, digamos que ele tá com o cabelo mais comprido e uns 10kg mais gordo. Voltei de novo pro grupo dos meus amigos contando "adivinha quemtá ai? O cara que quis enfiar o dedo no meu nariz!". Todo mundo "cadê, cadê?". Mostrei sem a menor cerimônia, mas avisei "ele era mais magro quando eu peguei". Ele até que tava bem vestidinho e é bonitinho, pele branca como o leite, tez alva imaculada e olhos verdes. Não chegava a fazer vergonha, eu nem disse "ô, peguei mas tava bêêêbada".

Toda vez que me virava ele tava por perto, me olhando com cara de semi-idiota semi-sorridente. Eis que passa mais tempinho, tomo mais umas cervejotas e quem vem com a patota do circo dançar ao nosso lado? O espeleólogo, é claro. Virei pro lado pra evitar a visão grotesca dele e dos cáleguinhas fazendo coreografias. Mendonça comenta "olha que bando de ridículos". Eu, terrível: já peguei o de azul, ele enfiou o dedo no meu nariz. Bêbado, às 3h da manhã foi o melhor buraco que ele imaginou pra enfiar o dedo". Medonça arregalou os olhões - ele, enquanto palhaço clássico, também acha que os palhaços são todos uns viados enrustidos.

A sra. Medonça ficou encafifada. "Que estranho! ele não pára de te olhar, mas não vem falar contigo". Bom, algum bom senso resta ao rapaz, devia desconfiar que, se viesse falar comigo, ia tomar toco.

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