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quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Eu, leitora e empresária circense

Nossa leitora C.M. foi vítima do clássico Número do Desaparecimento, sem dúvida, o de maior audiência nos circos do mundo. Como todas já sabemos, os espetáculos são poucos, mas eles variam o cenário, o figurino, a coreografia. Às vezes, pra parecerem originais, os artistas circenses combinam mais de um número no mesmo espetáculo, mostrando versatilidade no palco, sabem como é. Nesse episódio, creio que ele fez também o do "Palhaço com medo de envolvimento", talvez com pitadas do "Palhaço traumatizado pela ex-mulher barbada". Sem dúvida, trata-se de um equilibrista não muito hábil. Na verdade, um número manjado.

Ah, notem que o artista em questão era profissional de carreira, com muitos empregos na carteira de trabalho. Mais uma vez está provado que não importa a idade, homem é tudo palhaço.

Que rufem os tambores e se abram as cortinas, o espetáculo vai começar.

Eu havia terminado um namoro havia um tempo e comecei a me relacionar com outro cara, oito anos mais velho. Saíamos há quase dois meses e, de repente, o palhaço sumiu, desapareceu. Três semanas depois ele reaparece com a cara mais lavada do mundo, como se nada tivesse acontecido, e querendo que eu o cumprimentasse com um beijinho... idiota. Depois de alguns minutos perplexa com tamanha cara de peroba do artista resolvi esclarecer algumas dúvidas.

Eu: Querido por onde você andou?
Palhaço: Estive entre tantos compromissos...
Eu: Jura? Conhece “telefone”?
Palhaço: Ai amor, não deu tempo, tive que fazer extra no serviço, tive semanas de regimental na faculdade, meu padrasto está muito doente e ainda estou ajudando um amigo para os exames, ele não pode ficar de DP não é?
Eu: Claaaro, e ele te paga quanto por aula?
Palhaço: Nada, somos muito amigos, tenho que ajudar, sempre ajudo.
Eu: Mas não entendi ainda o motivo de você não ter me ligado.
Palhaço: Não tive tempo e além de tudo não tenho o número do seu celular.

Fiquei INDIGNADA com tal informação, posso ser pacífica mas não me chame de retardada, por acaso tenho LOSER escrito na testa? Soltei bela, calma e com o mesmo charme e postura que havia mantido até então:

Eu: Não tem mesmo o número? Que absurdo.
Palhaço: Pra você ver.
Eu: Sabe o que é mais engraçado? É que na última vez que saímos passei a noite toda com você e no dia seguinte recebi uma ligação sua NO MEU CELULAR dizendo que estava com saudades e queria me ver, ainda fez o convite descabido “vem aqui em casa, estou sozinho”.
Palhaço: Nossa...
Eu: E eu achando que estava lidando com alguém experiente!

Depois dessa amigas, prefiro não passar realmente o número do celular. Assim a desculpa fica mais convincente e o palhacinho não se compromete tanto.

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