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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Palhaço Contatinho

Estava eu no teatro, quando lá pelas 21h meu celular vibra loucamente. Era um número desconhecido. Como era dia de semana e eu estava esperando a ligação de um vendedor (não, não é vendedor de vibrador. Simplesmente não vem ao caso o que eu queria comprar), pensei que pudesse ser ele (apesar do horário) e retornei a ligação no intervalo do espetáculo.

Do outro lado, atendeu um homem. Pude ouvir ao fundo uma gritaria, uma bagunça de rua cheia, como em um barzinho.

– Aqui é Ana Paula. Ligaram pra mim deste número. Quem está falando?
– Ana Paula? Ana Paula da onde?
– Olha, se você me ligou, devia saber.

O palhaço não sabia de onde eu era e mal me ouvia. Roberta ficou me sacaneando: “Dá esse celular pra qualquer um...” Nem.

O sinal tocou e eu voltei pro meu espetáculo (teatral e não circense). Mais ligações do mesmo número no meu celular e quando eu estava no táxi já voltando pra casa, ele ainda insistia. Por fim, resolvi atender. Agora ele não estava mais em um lugar tão movimentado.

– Quem fala?, perguntei.
– Ana?
– Sim.
– Ana, aqui é o Palhaço Contatinho. É que eu achei seu telefone na minha agenda e queria lembrar de onde te conheço.

Este deveria ganhar o Prêmio Palhaço Contatinho do Ano porque ele não só liga pra mulher pra fazer “contato” depois de muito tempo, como tem a cara de pau de ligar pra mulher que ele nem sequer lembra quem é! Três vivas pra ele porque ele merece!

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