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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A saga do Palhaço equilibrista

Uma grande amiga minha e fã contumaz do HTP teve um rolo com um equilibrista de primeira, esse deve equilibrar uns dez pratos de cada vez. Moça descolada, ela sabe de quem está contratando serviços cirsenses free lancer e se diverte.

Sabe como é, como eu sempre digo, picadeiro vazio nem pensar. O palhaço pode até ser equilibrista, mas se for divertido e gostoso, tá valendo o ingresso pro espetáculo. Chatos são os que pensam que os pratos não percebem que estão sendo rodados. Esses dão um enjôo...

Divirtam-se com o relato da moça.


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Conheci o cara na boate onde trabalhava (juro que eu não dançava em cima do queijo, ou coisa do gênero!). Ele pediu meu telefone em meio a uma confusão, criada aparentemente pela moçoila que o acompanhava na saída. Depois de muita insistência do rapaz, dei o meu número. Ele era bem interessante. Baixinho, mas com cara de homem, sabe? Além de ousado, cara-de-pau. Gosto disso!

Algumas semanas depois, ele me liga e convida pra almoçar no dia seguinte, pois voltaria de São Paulo. No dia seguinte.. Jacaré ligou? Nem ele.

Mais umas semaninhas e eis que ele reaparece na boate.
Ele: Pô perdi o meu telefone...
Eu: Eu também.
Ele: É mesmo!
Eu: É!

Quando ele estava saindo, com mais uma mocinha colocada, me pediu o telefone de novo e eu dei. Como disse anteriormente, gostei do moço.

Mais umas semanas e ele liga numa quinta-feira chuvosa, muito chuvosa! Dizendo que estava em São Paulo, mas que já estava voltando e queria me ver. Respondi que tava atrasada pro trabalho e a gente se falava depois. Ele ligou na semana seguinte, mas ficamos uns dois meses nessa e não saímos. Depois disso, ficamos mais uns dois meses sem nos falar.

De repente, eis que o equilibrista ressurgiu das cinzas e ligou inadvertidamente numa terça à noitinha me convidando pra sair. Ah, não! Tudo bem que sou despojada, não ligo pra estar linda 24h por dia, mas nesse dia eu tava mega largada, não estava munida do meu perfume francês e não tava inspirada. Marcamos pro dia seguinte e ele me ligaria. Só ligou tarde, quando eu já tava indo pra casa. Disse que iria viajar no dia seguinte bem cedo, mas que voltaria na sexta e blá, blá, blá, whiskas sachê... Na sexta, me mandou uma mensagem dizendo que chegaria 0h30 e dependendo de onde eu estivesse, iria me encontrar, blá, blá, blá...

Fui pra Lapa encontrar um amigo. Ficamos bebendo, chegou outro amigo, e finalmente, o fofo deu sinal de vida. Mandou um SMS perguntando onde eu tava. Respondi e, coincidentemente, estávamos na mesma rua, mas em botecos diferentes. Fui encontrar o bofe (o boteco dele era mais interessante que o meu). Dançamos muito, beijamos muito, tudo muito... Muito bom. Uma semana depois nos falamos. Nada de mais.

Ele: Vamos marcar de se ver...
Eu: Vamos...

Saímos na semana seguinte. Foi óooooooootimo! Divertido, cheiroso e muito gostosinho. Rimos muito e tratei logo de falar pra ele do HTP. Ele se animou e na mesma hora conectou o celular pra ler as palhaçadas execradas. Adorou! Incrível, como ele se identificou logo de cara!

No dia seguinte, o artista liga às 2h30 da madruga: Te acordei?
Eu: Só um pouquinho.

Ainda tonta de sono, tentando me localizar, fiquei ouvindo ele dizer que passou o dia pensando em mim, que eu era incrível, maravilhosa, que ele estava apavorado comigo, que não pode se apaixonar, blá, blá, blá... E que ele tinha que entrar pro HTP porque havia protelado em me ligar o dia todo, mesmo estando com muita vontade de falar comigo.

Tudo bem, algumas partes, poderiam até ser caôzinhos, mas até que não foi tão mau assim, ouvir tantas vezes que sou incrível... Mesmo sendo às 2h30 da manhã. Eu ia até aliviá-lo, não ia mandá-lo pro circo, mas ele pediu com tanto jeitinho, que eu não poderia recusar. E aqui está: o equilibrista exibido sob os holofotes.

Na sexta-feira da mesma semana, liguei pra ele. Combinamos de nos falar mais tarde e nos vermos, ele ligaria. Jacaré ligou? Pois é. Lá pelas tantas, ainda tava no trabalho, liguei. Uma barulhada infernal.

Eu: Onde vc está?
Ele: Tô aqui com a galera do trabalho, blá, blá, blá...
Eu: Me diz onde vc está que eu vou pra aí agora te dar uns beijos!
Ele: Pô, não faz isso, não, eu não posso!
Eu: Fala logo, onde vc está! Vou pegar um táxi e vou até aí, te dou um beijo e saio fora.
Ele: O que eu mais queria era estar com vc, acredite! Mas eu não posso! Vou viajar amanhã cedo, blá, blá, blá...
Eu: Então tá maneiro.
Ele: Pô, não amarga, não...
Eu: Claro que não, tá tranqüilo!

Depois disso, nos falamos algumas vezes por tel, ou e-mail, mas não nos vimos mais. Essa semana ele me escreveu dizendo que havia perdido o telefone. "Perde telefone à beça, hein!". Sabe o q ele respondeu?
Ele: Putz! Não lembrava que já tinha dado essa desculpa... Homem é tudo palhaço mesmo!

Meia noite e bláu, pipoca um SMS: Tá acordada? Só que quando eu liguei de volta o tel dele tava na caixa postal.

No dia seguinte, liguei de novo, afinal precisava dar uma zoada! Disse a ele que o seu número no espetáculo circense era o do palhaço equilibrista, que fica girando os pratos, tentando não deixá-los cair, e sempre querendo equilibrar mais um. Ele riu, mas não assumiu de cara. Disse que não é bem assim... nã,nã,nã... Mas no dia seguinte me mandou um e-mail, me convidando pra sair, no campo assunto vinha: "O palhacinho equilibrista ataca novamente".

Assumido total!!! É por isso que eu gosto dele! Pego ele fácil! Quando o palhaço é assumido, fica mais divertido de levar. Ele nem fica chateado quando eu chamo ele de Bozo.

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