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segunda-feira, 3 de março de 2008

Palhaço Broxa e esquisitão

Nesse outro relato, o palhaço era broxa mesmo, só que pelo jeito achava isso muito normal. Minha amiga, otimista e crédula, esperou, esperou... achou que a coisa ia melhorar... nada. Quando não dava mais pra deixar passar as esquisitices, ela, compreensiva, sugeriu uma terapia. Rá! O bruto ainda fez o número do ofendido, sensacional né? Aliás, quer deixar um palhaço puto nas cuecas é dizer que ele é depressivo ou precisa de terapia. Um pra quem eu disse isso me olhou como se eu estivesse sugerindo que ele cortasse o pau fora. O outro se afastou de mim, pois não conseguia esquecer que eu tinha dito isso. Tudo Palhaço.

Senhoras donas de circo e senhores artistas circenses, o espetáculo vai começar.


Nos conhecemos no carnaval. 32 anos, culto, excelente emprego, bonitinho, e, mais importante, com várias afinidades intelectuais comigo. Fiquei surpresa que, no final da noite, ele me pediu em namoro (?!). Porém, em vez de me convencer de que ele deveria ter algum problema, reputei o fato ao entrosamento que tivemos. Ele insistiu que eu fosse ao apartamento dele, mas não topei.

Ele me deixou em casa e no outro dia mesmo me ligou. Passamos um dia incrível na praia. Lá, por acaso encontramos a faxineira dele e ele fez questão de nos apresentar e dizer a ela que estava apaixonado, que eu era linda, perguntar a ela se eu estaria aprovada e talz... Depois, almoçamos e foi maravilhoso. Ele me cobria de elogios, disse que se sentia preparado para morar junto com alguém e até perguntou que nomes eu daria aos meus filhos (!).

Um dia depois ele viajou para São Paulo, onde ficaria um mês de férias com a família. Nos falávamos via msn ou por telefone quase todo dia... Os papos eram beeem explícitos...

Ele voltou ao Rio, e transamos. A transa foi estranha. Ele broxou no meio da parada, mas depois se reergueu (sem trocadilhos). Mas o estranho é que ele não tinha pegada nenhuma, parecia um cara de 15 anos. Bem, não me importei tanto; achei que era a timidez da primeira vez.

Pois bem, depois dessa noite, aconteceu uma situação pela qual nunca passei. Ele me ligava todos os dias, nos falávamos no msn durante nossos expedientes, mas... quando nos encontrávamos ele simplesmente não queria transar. Dá pra entender?! Do alto dos meus 54 quilos de gostosura, eu não conseguia aceitar. Depois de muito insistir para saber o motivo (ele sempre fugia do assunto), ele alegou que o stress do mestrado, aliado à cobrança no trabalho (ele é executivo de uma empresa conhecida) tinham tirado a libido dele, que ele não sentia mais vontade NENHUMA de transar, com mulher NENHUMA...

Então, durante cerca de um mês, a rotina dos finais de semana era essa: almoçávamos, conversávamos, ele repetia que eu era a mulher da vida dele, que queria me levar para conhecer a família dele em SP... mas quando íamos para as quatro paredes... nada. Ele não topava nem tirar a roupa. Só rolava beijo, abraço e olhe lá. Sempre repetindo que não tinha mais vontade, mas que eu tivesse paciência porque depois da entrega da dissertação o lance ia rolar. Eu achava esquisito, mas gostava do cara e dei corda, achei que podia melhorar, sei lá... Sei que ele não tinha outra, porque eu ia ao apartamento dele, dormia lá e nunca achei nada. Além do mais, ainda que tivesse outra, isso não o impediria de me comer, né? Uma amiga sugeriu que ele podia ser gay. Bem, não parecia, mas tudo é possível. Pensei também que o fato de ele fumar maconha todos os dias desde os 16 anos poderia contribuir para a impotência. Sei lá.

Aos poucos fui me convencendo de que ele tinha muitas outras esquisitices... Primeiro: mesmo morando no Rio há quatro anos, ele não tem nenhum amigo por aqui – dizia que era uma cidade “difícil de fazer amizades”. Segundo, apesar de não me comer, me confessou que batia punheta todo santo dia. Terceiro: a data da entrega da dissertação era sempre “adiada”... Também tinha umas brincadeiras idiotas e uma memória péssima; repetia a mesma história várias vezes. Comecei a achar que era meio retardado.

Bem, cerca de um mês depois daquela primeira e única transa, eu disse a ele que não podia mais encontrá-lo porque, comigo, “passar fome, nem pensar” (haha, é, usei essas palavras). Ele ficou todo ofendido, disse que eu deveria ter paciência, porque a sintonia intelectual que nos unia era muita, que quando entregasse a dissertação as coisas iriam melhorar... Me ligou durante um tempo e puxava papo no msn. Até que um dia, via MSN, eu lhe sugeri que fizesse terapia. Pra quê... ele deu um chilique... batemos boca virtualmente e acabei bloqueando o bruto. Nunca mais soube dele.

Enfim... se existe uma palhaçada no mundo é essa... pedir em namoro uma mulher sem condições de comê-la???!!! Qual a sua explicação para o fato???

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