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segunda-feira, 21 de abril de 2008

Palhaço obnubilado

Enquanto pessoa recém-mudada, dia desses fui a uma loja da CEG providenciar a religação do gás encanado em minha aprazível residência. Agência vazia, atendimento rápido e prestativo, tava tudo bom demais. Tá lá o palhaço, digo, rapaz me explicando que por módicos R$ 45 o outro palhaço, digo, moço da CEG ia na minha casa instalar o medidor, o registro e o flexível (vulgo mangueira) no meu fogão. Eu, semi-incrédula, perguntei “então o técnico vai lá e quando ele sair meu fogão vai estar funcionando e por isso eu vou pagar uma taxa única de 45 reais que vai vir na conta de gás?”. De repente, ele ficou mudo. Estático, olhos vidrados em algo atrás de mim. O olhar acompanhava algum movimento do fundo da loja em direção à porta. “Oi, moço? Então?” e nada de resposta. Olhei pra trás e dei de cara com uma morena alta, sandalhões quase de passista e saia branca. A saia não era justa nem curta, era até soltinha no corpo, mas como era branca, marcava a calcinha também branca e as curvas generosas do bumbum moreno. O atendente, aliança de ouro reluzindo no anular esquerdo, boquiaberto não respondia a cliente. Homem, além de tudo palhaço, é tudo igual e muito diferente de mulher. Não consigo me imaginar esquecendo do mundo e ignorando um interlocutor, no ambiente de trabalho, por causa de algum moreno portentoso que cruzasse a minha repartição.

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