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sábado, 4 de outubro de 2008

Depois do sucesso do Palhaço Doidão, o Palhaço Bebum com vontade de fazer cocô

Essa foi narrada aos risos pelo casal protagonista, que são meus amigos e, como eu, têm pouca vergonha na cara. Ela é uma próspera empresária do ramo circense, já ele, é artista de talento incomum.

Outro dia foi aniversário de Narinha, a nossa Narinha, portanto evento imperdível. Eis o impasse: eles têm um filho pequeno e nem sempre as avós estão disponíveis, exatamente como aconteceu nesta ocasião. A solução foi ele, que era mais amigo, ir na festa e ela ficar em casa com o rebento. Se o aniversariante fosse mais amigo dela aconteceria o inverso. Só que a moça tava passando por uma fase difícil e tinha pedido a ele pra não ir à festa. Ele argumentou que aniversário de Narinha era inegociável. Até aí, normal.

O negócio é que, além de palhaço, o bruto é meio pangaré e esqueceu a chave em casa. Ligou pra patroa avisando que tocaria o interfone, já que o prédio não tem porteiro 24h, e ela replicou que então ele não chegasse muito tarde. Ahã. Ele e o curupira.

A festa foi no Trapiche Gamboa: dançamos, bebemos, conversamos, rimos. Quando acabou, por volta de 4h da manhã, todos queriam mais. Na ida meu celular tocou, era minha amiga Empresária Circense, pedindo pra eu avisar ao marido dela, que não atendia o celular, que ela ia dormir. Ele tava no outro táxi e dei o recado quando descemos. Rumamos pra Lapa, pro nosso antigo escritório: e tome chope na Taberna do Juca. Quando fomos expulsos, com o dia clareando, alguns ainda queriam mais, então os poucos guerreiros sobreviventes fomos trocando as pernas pra Casa da Cachaça, nosso escritório 24h. Quando começou a chover resolvi ir pra casa vomitar e dormir. Meu amigo sem chave ainda perseverou mais alguns copos.

Quando chegou em casa, trôpego, mal conseguindo dizer pro taxista onde morava, tocou o interfone. Respeitável público, agora começa o espetáculo. A patroa, muito puta nas calcinhas, mandou logo "Bonito, né? Isso são horas? Agora espera o porteiro chegar aí pra aprender a não esquecer a chave".

- Abre! Vc precisa abrir a porta pra mim - quase implorou o palhaço.
- Ah, é? Então me dá um bom motivo pra eu abrir a porta pra você?
- Porque eu te amo!!!!!!!!!
Gargalhada dela no interfone.
- Esse não vale, me dá outro.
- Porque eu quero fazer cocô!!!!!!!
- Pois então vai cagar nas calças aí embaixo e ficar esperando o porteiro chegar.

Pois é, amigos deste circo. Você casa com uma pessoa, tem um filho lindo, divide alegrias e tristezas para um dia ele colocar no mesmo patamar te amar e estar com vontade de fazer cocô.

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