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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Palhaço insistente
Sempre que vou a uma casa com música para “dançar junto”, minha linha de corte para aceitar um convite para bailar é “beijaria este cara na boca?”. Se a resposta for sim, eu aceito. Caso contrário, agradeço penhoradamente e passo. Isto porque não sei dançar junto. Só faço o dois-pra-lá-dois-pra-cá canhestramente e fico angustiada com medo de pisar no pé do parceiro. Assim, acho que o estresse só vale a pena se a dança for pretexto para um algo mais.

Isto posto, estava eu em uma destas casas, lá cantinho da pista, dançando discretamente, quando um malandro vem na minha direção e, sem nem pedir, sai a me arrastar pelo salão.

Na segunda música a gente se beijou. Na terceira, ele subiu no picadeiro para dar seu show.

– Eu tenho uma namorada há cinco anos.

Ai, agora ele vai me dizer que ela é doente, que o relacionamento está mal... Não deu outra. Ele disse que o relacionamento estava mal, mas que eu não me assustasse ou aborrecesse caso o visse olhando para os lados, procurando alguém. É que as amigas dela podiam aparecer e ele não queria ser visto com outra. Entendo...

Dançamos mais algumas músicas e, ao ir embora, ele pediu meu telefone.

– Eu não vou dar, respondi.
– Por que não? (Vou desenhar pra você entender, baby.)
– Porque você tem namorada. Eu não vou sair com você de novo.

Ele soltou um riso nervoso. Meio incrédulo.

Continuamos a conversar mais um pouco e ele voltou ao assunto:

– Você, então, podia pegar meu telefone...
– Mas eu não quero seu telefone. Eu não vou te ligar.

Mais riso nervoso.

– Você, hein..., disse o palhacinho.

Não entendi porque estranhou minha atitude. Se ele foi sincero ao dizer que tinha namorada, por que eu não podia ser dizendo que não ia ligar? Palhaços... Afff...

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